São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995 |
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Inês morreu
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Agora Inês é morta. Discutir se Barrichello tomou a decisão certa ou errada, ficando na Jordan, é combustível para conversa de bar. Pelo simples fato de que nenhuma discussão vai alterar alguma coisa. Já era e ponto final.O que precisa ser analisado nesse momento são as consequências dessa aposta, como o próprio piloto descreveu. Pelo segundo ano consecutivo, criou-se uma expectativa enorme em torno de Barrichello. A sede do público e da mídia por um novo herói das pistas colocou o brasileiro em uma das grandes. E ele acabou ficando na Jordan. Talvez por causa desse anticlímax, no final de 94 e no começo deste ano, a Jordan ganhou ares de equipe grande, pelo menos nos prognósticos. A realidade, no entanto, apareceu logo na primeira corrida. E foi bastante dura. No GP do Brasil, Barrichello levou um tombo forte, que o deixou no chão por quase seis meses. Foi respirar apenas no Canadá, onde obteve a inédita segunda colocação. Os devaneios de pré-temporada mostraram-se danosos. E, a cada problema mecânico, a cada pódio perdido, aparecia a frustração. Tanto para a equipe, quanto para o piloto. Mas também para o público brasileiro, apesar de este estar acostumado a ouvir promessas de todo o tipo. E a não esperar pelo cumprimento das mesmas. O próprio Barrichello sinalizou, nesta semana, que quer evitar falsas expectativas. "Aprendemos muito neste ano", disse. Foi cuidadoso até para analisar suas chances de vitória em 96 e condicionou o fato ao rendimento, ainda imprevisível, das outras equipes. O que contrasta bastante com os discursos idílicos de antes, quando tudo dependia de um "pouco de sorte", como o piloto cansava de dizer. Apesar de negar, outra lição aprendida por Barrichello parece ter sido as negociações com a Benetton e a Ferrari. Ficou claro que sua posição no mercado não era a que ele imaginava. Acabou tendo de ceder a algumas exigências de Eddie Jordan, traduzidas na tal opção que prende o piloto à equipe caso ela esteja tendo bom desempenho no meio da temporada. Barrichello é o mais jovem piloto da F-1 e, insisto, precisa amadurecer. Espero que a temporada de 95 contribua, no final das contas, para isso. Texto Anterior: Confira se é o Santos ou se é o Real Madrid Próximo Texto: Notas Índice |
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