São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995 |
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Que o presidente privatize O aceno de que o presidente Fernando Henrique Cardoso assumirá pessoalmente um papel maior na discussão sobre o futuro do Banespa pode tanto favorecer a esperada privatização, como enveredar por soluções nas quais predomine a conveniência política. Mesmo que o Banco Central tenha formalmente a autoridade para monitorar o sistema financeiro, o fato é que o presidente do Banco Central é um interlocutor de pouca densidade política para negociar com um governador de Estado do peso de Mário Covas. Assim, se o presidente Fernando Henrique empenhar firmemente seu prestígio em favor da privatização dos bancos estaduais, o país poderá avançar mais rapidamente na eliminação de uma das grandes fontes potenciais de déficit público. Ainda não se pode descartar, porém, a possibilidade -em todos os sentidos lamentável- de que o contrário venha a ocorrer; ou seja, de que em vez de pressionar de maneira decisiva pela privatização, o presidente venha a ceder. Seria então um triste retrocesso. O endividamento excessivo e a má gestão, para dizer o menos, de bancos controlados por Estados mostram que a presente situação do Banespa, longe de ser um problema circunstancial, resulta de uma deficiência estrutural insanável. A prática tem sobejamente demonstrado que a facilidade com que governadores interferem na administração dos respectivos bancos estaduais tem dado lugar a um endividamento irresistível e deploravelmente irresponsável. Texto Anterior: O efeito vinculante Próximo Texto: Piadobrás Índice |
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