São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Tema surge nos anos 60

DA REDAÇÃO

A reforma agrária só começou a ser discutida no Congresso no início dos anos 60. Até então, as disputas pela propriedade da terra não geravam conflitos partidários porque os trabalhadores rurais não possuíam representantes no Parlamento.
Sem expressão política, os movimentos camponeses assumiam em geral formas místicas -como nas guerras messiânicas de Canudos (1896-97) e Contestado (1912-16)- ou evoluíam para o banditismo -como o cangaço no Nordeste.
A Revolução de 30 estimulou o surgimento de associações de trabalhadores rurais, que começaram a substituir, pouco a pouco, os movimentos precedentes.
Em 1955, surgiu em Pernambuco a primeira das Ligas Camponesas. Essas associações passaram a solapar a hegemonia do PSD e UDN -que representavam os proprietários fundiários- sobre o eleitorado rural.
No fim dos anos 50, o PTB avançou sobre o campo e adotou a defesa da reforma agrária. O problema adquiriu então expressão política.
Em março de 1963, o presidente João Goulart (PTB) enviou ao Congresso seu projeto de reforma. O PSD, que integrava a base governista, votou contra o projeto.
O PTB insistiu, porém, na reforma. Diante disso, o PSD passou para a oposição. Em 13 de março de 1964, Goulart assinou decreto desapropriando terras. No dia 31 de março, foi deposto.
A proposta de reforma agrária é retomada pela Contag em seus congressos de 1973 e 1979. Nesse último ano surgem os primeiros grupos de sem-terra, grupo mais radical.
Em 1983, diversas entidades (Contag, CPT, Cimi) lançam uma Campanha Nacional pela Reforma Agrária. O tema é incorporado ao programa de campanha de Tancredo Neves, em 1984.
Em maio de 1985, o presidente José Sarney anuncia seu projeto de reforma, combatido pelos proprietários reunidos em torno da UDR (União Democrática Ruralista). O confronto se estende até 1988, quando o Congresso constituinte veta a desapropriação de terras produtivas para a reforma.

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