São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Funcionário ganha motivação

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa que patrocina um fundo tem o custo da contribuição e do gerenciamento. Mas ganha na motivação dos funcionários e pode abater as despesas em seu balanço para o Imposto de Renda.
A Philips criou seu fundo há 18 anos e complementa a aposentadoria de 2.500 participantes -outros 13.000 são ativos. A empresa cobre 40% dos custos, contribuindo com 8% da folha de salários.
Segundo Nelson Rogieri, presidente do fundo da Philips, as multinacionais trouxeram a cultura dos fundos de suas matrizes.
"Hoje, o fundo de pensão aparece como um diferencial de uma boa empresa, que investe em recursos humanos. Não deixa de ser um salário indireto ao empregado", afirma Rogieri.
Para o presidente da Anapp (Associação Nacional da Previdência Privada), Luiz Carlos Trabuco Cappi, da Bradesco Previdência, o governo tem de estimular as empresas e os cidadãos a participarem de fundos de pensão.
"Dificilmente se atingirá o potencial do mercado se o governo ficar esperando que as pessoas o façam espontaneamente", diz ele.
Profissionais podem fazer sozinhos seu pecúlio para o futuro. Para ter uma complementação de R$ 1.000 por mês, calcula Osmar Florio Otero, diretor executivo da Prever (bancos Nacional, Unibanco e Bamerindus), uma pessoa teria de juntar cerca de R$ 125 mil até os 60 anos de idade, aplicados, por exemplo, numa poupança.
Vencido o desafio, teria de "rezar", segundo Otero, para não passar dos 77 anos de idade, porque aí a poupança acaba.
Além das empresas, comunidades também estão criando planos. Até o final deste mês os luteranos do Brasil contarão com seu próprio fundo de pensão, a Luterprev.
Rolf Droste, diretor, explica que a idéia original era criar um fundo fechado para pastores o obreiros da igreja. "Mas sentimos que os leigos também sofrem com a redução drástica dos seus rendimentos e resolvemos ampliar."
Para Hélio Portocarrero, diretor da Susep (Superintendência de Seguros Privados), a Luterprev é exemplo da possibilidade de crescimento dos fundos abertos.
(SQ)

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