São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entidades fazem protesto contra a falta de remédios para aidéticos

DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes de 280 organizações não-governamentais de luta contra a Aids em todo o país fazem hoje um ato de protesto contra a falta de medicamentos para portadores do vírus HIV.
Em São Paulo, os manifestantes farão uma "lavagem de sangue" nas secretarias estadual e municipal da Saúde. Eles jogarão tinta vermelha nas calçadas dos dois prédios para simbolizar a morte de doentes.
Por volta das 12h, os manifestantes se reúnem em frente à Secretaria Municipal da Saúde (centro) e fazem a performance.
Depois da "lavagem", eles vão em passeata até a Secretaria Estadual da Saúde (a cerca de 2 km da municipal), onde repetem o ato de protesto.
Os organizadores afirmam que estão faltando remédios indispensáveis no tratamento da Aids, como AZT xarope, DDI, Aciclovir etc. Os remédios são fornecidos pelo Ministério da Saúde.
"Vamos representar a morte dos nossos amigos causada pela falta de medicamentos jogando tinta vermelha nas secretarias", afirma Teresinha Cristina Reis Pinto, 31, presidente da Apta (Associação para Prevenção e Tratamento da Aids).
"Não fornecer os remédios é matar os doentes."
Ana Maria Aratangy, responsável pelo setor de logística do CRT (Centro de Referência de Aids) da Secretaria Estadual da Saúde, admite que a falta de remédios usados por aidéticos seja frequente.
"Nós mesmos nunca sabemos se o remédio vai chegar ou não."
Notificações
No Brasil, há 71.111 casos notificados de doentes de Aids, 80% deles entre a população masculina entre 19 e 35 anos, segundo o Ministério da Saúde.
O Estado de São Paulo concentra 58% dos casos notificados (41.353), segundo levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde.

Texto Anterior: USP estuda problemas de defesa do organismo
Próximo Texto: Fiscalização antifumo não define critério para multar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.