São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Estado privatizará leitos para concluir hospitais

DA REPORTAGEM LOCAL

Para concluir obras paralisadas de 21 hospitais em todo o Estado de São Paulo, o governo Mário Covas (PSDB) desenvolve um programa que prevê a privatização de leitos hospitalares.
A iniciativa privada concluiria o hospital em troca de um determinado número de leitos. Se, por exemplo, metade das obras de um hospital está concluída, a empresa terminaria o projeto e teria direito à 50% do número de leitos.
A outra metade seria destinada para os atendimentos vinculados ao SUS (Sistema Único de Saúde), o sistema de atendimento de saúde do setor público.
Alguns desses hospitais estão paralisados há 12 anos. A média de paralisação é de três anos. No total, são 4.500 leitos, distribuídos em sete hospitais na capital, oito na Grande São Paulo e outros seis no interior.
Além dessa proposta, o governo vem negociando recursos com o Banco Mundial (o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) e parcerias com prefeituras ou entidades filantrópicas, como as santas casas, para concluir as obras.
Os leitos destinados para a iniciativa privada poderiam ser utilizados pelos convênios médicos, por exemplo, ou para atendimentos particulares.
Caso fosse concluir as obras com seus próprios recursos, o governo estadual precisaria de algo em torno de R$ 500 milhões, o mesmo montante previsto para ser arrecadado com a venda de ativos do Estado em 1996.
Sem chegar a resultados práticos, o governo iniciou negociações para a conclusão dos hospitais com a Unimed de Santo André (20 km ao sul de São Paulo), com a Prefeitura de Carapicuíba (22 km a oeste de São Paulo) e com "a comunidade" de Itapevi (37 km a oeste de São Paulo), todos municípios da Grande São Paulo.
O setor de saúde é considerado uma das prioridades do governo Mário Covas.

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