São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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"A educação não precisa de grandes obras"

DA REPORTAGEM LOCAL

Na área de educação, outra prioridade do governo Mário Covas, os investimentos de 1996 estarão voltados para a qualidade do ensino e para o professor.
"A educação em São Paulo não precisa mais de grandes obras", disse o secretário André Franco Montoro Filho (Planejamento).
A Assembléia Legislativa acabou de aprovar projeto do governador que permite ao Estado destinar 30% do Fundo de Desenvolvimento da Educação para o pagamento de salários aos professores. Pela legislação anterior, os recursos do fundo só poderiam ser utilizados na construção de escolas.
Mas o ponto central da Educação em 1996 em São Paulo deve ser a reforma proposta pelo governo tucano. A reforma pretendida pelo governo envolve mudanças administrativas e pedagógicas.
A intervenção que está causando mais polêmica, a divisão das escolas, é definida pela Secretaria da Educação como ação pedagógica, mas classificada pelos professores como ação administrativa.
Para a secretaria, o ensino melhora se as escolas tiverem alguns de faixas etárias mais próximas e, por isso, as escolas serão redivididas, algumas ficando apenas com a 1ª a 4ª séries e outras com a 5ª a 8ª séries, e outras com 5ª série ao 2º grau. Hoje, a maioria das escolas reúne alunos de 7 a 18 anos.
Como hoje a maioria das escolas oferece todas as séries, elas têm poucas classes de cada série.
Concentrando os alunos da mesma série em determinadas escolas, deve aumentar a ocupação das classes e diminuir a necessidade de os professores se deslocarem de uma escola para outra para completar sua jornada, já que eles têm formação específica para dar aulas em determinadas séries.
Com isso, diz o governo, cerca de 1.000 das 6.800 escolas que hoje têm mais de dois turnos no período diurno passarão a ter apenas dois turnos, o que representaria uma hora a mais de aula por dia para quase 2 milhões de alunos.

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