São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996 |
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Tesouro paga neste mês dívida da extinta Sunaman
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Serão favorecidos 17 bancos. Os principais são: Bamerindus (19% do total), Bozano, Simonsen (14%) e Banco do Brasil (11%). Somente 10% da dívida serão pagos em dinheiro. Para o restante, o Tesouro vai emitir títulos com prazo de dez anos, com juros de 6% e correção pelo IGP-DI. Os papéis têm carência de quatro anos para o pagamento do principal e de dois para o dos juros. A dívida que começa a ser paga em janeiro é a única da Sunaman que não tinha sido renegociada. A empresa financiava a construção de navios -pagava 15% e emprestava os outros 85%. Em 1981, com a Sunaman já mal das pernas, o Conselho Monetário Nacional autorizou a empresa a dar avais para a obtenção de empréstimos junto a bancos. Em 83, com a extinção da empresa, as dívidas da Sunaman foram assumidas pelo Tesouro e uma comissão especial formada para negociar seu pagamento. Todas foram negociadas -com desconto de 40% sobre os juros-, com a exceção das operações realizadas pela Companhia Nacional de Navegação. Os bancos credores não aceitaram as condições. Nova comissão interministerial foi formada e, em 1992, um relatório reconhecia a dívida e propunha que o pagamento fosse feito em dinheiro, com desconto de 40% sobre os encargos. Neste ano, após novas negociações com os bancos credores, cuja comissão foi coordenada pelo Bozano, Simonsen, fechou-se o acordo de pagamento. "Conseguimos condições melhores do que as acertadas para o restante da dívida. O desconto é sobre toda a dívida e a maior parte do pagamento não será feita em dinheiro", diz Murilo Portugal, secretário do Tesouro. Indagado sobre o porquê de o Tesouro estar pagando agora as dívidas da Sunaman, Portugal disse apenas: "Porque devia". (JCO) Texto Anterior: Por que me ufano - 1 Próximo Texto: Venda de café em 95 é a maior da década Índice |
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