São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996 |
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Livro mostrao lado russo de Nova York
SILVIO CIOFFI
Fundada por imigrantes russos, essa casa de chá que é uma lenda de Nova York foi filmada e mencionada em filmes de Francis Ford Coppola e Woody Allen. Agora é a proprietária do restaurante, Faith Stewart-Gordon, que faz a "biografia autorizada" do RTR em livro lançado no Brasil pela Editora Keila & Rosenfeld. Nascida na Carolina do Sul, Faith se casou com Sidney Kaye, o herdeiro do casa, em 1957. Kaye morreu em 1967 e Faith decidiu tocar adiante o RTR (pronuncia-se "ar-ti-ar"), famoso pela frequência de celebridades do mundo dos entretenimentos. Faith descreve com leveza o ambiente forrado de tapetes e cortinas pesadas, onde comensais estão impreterivelmente de gravata. Especialidades Entre os pratos da cozinha do RTR que o livro ensina a fazer estão especialidades tão prosáicas quanto universais e cotidianas, como "Filé à la Stroganoff", filé mignon cortado em tiras e cozido no creme de leite com champignon, e o "Frango à Kiev", especialidade ucraniana em que o peito de frango é empanado com recheio que junta manteiga e diversos temperos. Mas o RTR revisita outros pratos da culinária russa, como os Blini Royal, pequenas panquecas douradas que faziam a delícia do escritor Nikolai Gogol, e a sopa Borscht quente, creme de beterrabas com creme azedo. Espíritos e drinques A publicação tem ainda a receita de vida do sábio inglês Sidney Smith, que em 1820 dizia que as pessoas não esperassem demais da vida. Smith recomendava também que os "espíritos abatidos" vivessem tão bem quanto pudessem ousar, tomassem chuveiros frios, lessem livros interessantes e vissem apenas os amigos mais divertidos, evitando pessoas melancólicas. Para complementar o livro sobre seu restaurante famoso, Faith Stewart-Gordon incluiu receitas de drinques onde a vodca gelada reina soberana como uma czarina. O Bloody Mary, cuja receita acrescenta caldo de carne aos ingredientes tradicionais -suco de tomate, vodca e temperos- é o drinque que inicia a lista das especialidades do bar. O The Russian Tea Room passou pela Lei Seca, guerras mundiais e outras guerras, mas seus salões permaneceram ornamentados por flores frescas e samovares. A edição é simples, bem cuidada e faz viajar sem sair da poltrona da sala quando consegue capturar o ambiente tipicamente nova-iorquino que funciona na rua 57 Oeste, número 150. "THE RUSSIAN TEA ROOM", livro de 62 páginas da Editora Keila & Rosenfeld, custa R$28. Texto Anterior: Indiana Jones refaz caminho da aventura Próximo Texto: Videoconferência é tendência no mercado Índice |
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