São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Desemprego fica estável em nível elevado em 96

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O desemprego vai se manter estável em níveis elevados em 96, dizem economistas e empresários.
Em novembro, o desemprego na Grande São Paulo chegou a 13,7% da População Economicamente Ativa, a maior taxa no penúltimo mês do ano desde 85, quando a pesquisa começou a ser feita pelo Dieese e Seade.
O setor de serviços vai continuar absorvendo parte da mão-de-obra dispensada pela indústria, que vai manter sua estrutural reestruturação produtiva.
"O problema é que as empresas terceirizadas, que prestam serviços às grandes indústrias, pagam menos e mantêm relações de trabalho mais precárias", diz Wilson Amorim, coordenador do Dieese.
Também deve contribuir para a redução de postos de trabalho na indústria "o processo de desaquecimento da economia, que começou no segundo semestre de 95 e ainda não se esgotou", afirma o ex-ministro Mailson da Nóbrega.
Amorim e Mailson concordam que as demissões serão lideradas, porém, não pela indústria, mas pelo setor financeiro, com suas fusões, bancos e pelas estatais que vierem a ser privatizadas. Também governos estaduais devem cortar empregos, acredita Amorin.
No entanto, em ano eleitoral, as prefeituras, pelo menos as que tiverem condições financeiras, devem investir em obras públicas, estimulando o crescimento do emprego na construção civil.
Em 95, o setor dispensou 107 mil trabalhadores no Estado de São Paulo. Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon (representa as construtoras), acredita em um "crescimento leve" do emprego no setor em 96.
"Se o governo estimular a caderneta de poupança, que financia o setor imobiliário, e as concessões públicas forem regulamentadas, a coisa vai melhorar."
Wilson Começanha, diretor do Sindipeças (representa a indústria de autopeças), também crê em uma recuperação do emprego no seu setor. "Quem tinha de demitir, já demitiu no segundo semestre de 95. E as montadoras estão investindo em novas fábricas, que vão comprar peças."

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