São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996 |
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Demissões na indústria de SP aumentam 941% em 95
ANTONIO CARLOS SEIDL; MARCELO MOREIRA
O nível de emprego da indústria de transformação do Estado de São Paulo encerrou 95 com queda de 7,68%. Isso significa a demissão de 179.874 trabalhadores. "Esse número é fortíssimo", disse Horacio Lafer Piva, diretor de Pesquisas da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ao divulgar o balanço. Em 1994, a indústria paulista fechara 17.275 postos, correspondendo a um recuo bem menor em comparação com 1995 -0,74% no nível de emprego anual. Piva afirmou que a Fiesp não vê "grandes esperanças" para a retomada das admissões em 1996. Para a Fiesp, a recuperação do emprego depende de "medidas significativas" -as reformas em discussão no Congresso. A Fiesp divulgou também uma sondagem de opinião, realizada na primeira semana de janeiro junto a 427 empresas, sobre a causa das demissões na indústria em 1995. A maioria dos entrevistados (64%) disse que o que mais influenciou as demissões foi a retração do mercado. Para 23%, a absorção de novas tecnologias foi a maior responsável pelas dispensas. A sondagem, disse Piva, confirmou que o maior desafio de 1996 é a criação de novos empregos. Os dados da Fiesp mostram ainda que, em 95, o nível de emprego de 36 entre os 46 setores pesquisados teve desempenho negativo (mais demissões do que admissões). O desempenho foi positivo em oito e estável em dois setores. Demissões na Mercedes A Mercedes-Benz, com unidade em São Bernardo (Grande São Paulo), anunciou ontem a abertura de programa de demissões voluntárias para eliminar 850 empregos. O anúncio foi feito ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD no começo da tarde. Ontem foi o primeiro dia de trabalho depois de 33 dias de férias coletivas. A empresa alega que precisa diminuir o número de funcionários em razão da queda nas vendas para o mercado interno e da necessidade de reduzir custos. Atualmente, a empresa tem 11 mil funcionários em São Bernardo e 3.500 na fábrica de Campinas (100 km a oeste de São Paulo). Colaborou MARCELO MOREIRA, da Agência Folha no ABCD Texto Anterior: SC pode mudar o Brasil Próximo Texto: Alimentos e importados derrubam inflação Índice |
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