São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996
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Empresários e Jatene fazem guerra do lobby

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Fernando Bezerra, disse que os empresários vão tentar derrubar a CMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira) na votação na Câmara.
"Vamos nos manifestar publicamente contra a sua aprovação", afirmou Bezerra, que também é senador pelo PMDB do Rio Grande do Norte. A adoção da CMF foi sugerida pelo ministro da Saúde, Adib Jatene, para pagar as despesas com o SUS (Sistema Único de Saúde).
A contribuição, cobrada sobre saques bancários, será de 0,25% sobre o valor. Em 94, vigorou o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira), que teve sua arrecadação voltada para pagar contas da área social. O IPMF totalizou R$ 5 bilhões.
Segundo Bezerra, essa nova contribuição é um complicador para o setor produtivo porque aumenta os custos e diminui a competitividade da economia nacional.
Ele disse que a cobrança de 0,25% sobre a movimentação financeira pode reverter a expectativa de cenário positivo da indústria para este ano.
A expectativa é de crescimento de 2% a 3% da produção industrial. No ano passado, a indústria cresceu 2%.
"A solução deve sair do governo porque a saúde é problema do setor público", disse. Segundo ele, FHC pediu sugestões aos empresários para resolver o problema da saúde.
Jatene
Jatene investiu no corpo-a-corpo para tentar convencer os deputados a aprovar hoje a CMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Caso a proposta seja aprovada, segue para uma comissão especial para análise do mérito.
Ontem, Jatene dedicou sua tarde a encontros com líderes de bancadas na Câmara. Esteve com Inocêncio Oliveira (PFL-PE), Michel Temer (PMDB-SP) e Odelmo Leão (PPB-MG).
Jatene insistiu na necessidade de aprovação do imposto, em sua opinião, a única forma de viabilizar os projetos na área da Saúde.

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