São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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Bandos atemorizam João Pessoa

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A Polícia Militar da Paraíba criou uma operação especial para tentar deter a ação de cerca de dez bandos armados que atuam na periferia da Grande João Pessoa.
A ação da PM, denominada Operação Sucuri, prevê a presença durante 24 horas de grupos de dez policiais nos pontos de atuação dos bandos. Na semana passada, a Polícia Civil anunciou ter desarticulado um dos grupos, que agia no município de Santa Rita, e ter prendido dez integrantes acusados de assassinatos e assaltos.
Somente nos primeiros dias deste ano, brigas de bandos rivais no bairro Alto das Populares, em Santa Rita (12 km de João Pessoa), resultaram em cinco mortos, três deles dos bandos rivais, e dois, trabalhadores que passavam pela rua durante os tiroteios.
Segundo a polícia, cada bando tem entre 8 e 15 integrantes, que usam revólveres, espingardas e metralhadoras. De acordo com o comandante da Operação Sucuri, major Kelson de Assis Chaves, 37 pessoas foram presas nos últimos dois meses sob a acusação de pertencer aos bandos.
Além dos bandos, João Pessoa também enfrenta problemas causados pelas gangues de rua, formadas por adolescentes e geralmente chefiadas por um adulto. As gangues se distinguem dos bandos pelas características das armas utilizadas e dos crimes cometidos.
Segundo o major Chaves, as gangues não usam armas de fogo nem matam. "Elas brigam entre si, promovem atos de vandalismo, quebram lâmpadas e orelhões e promovem pequenos assaltos."
As armas usadas pelas gangues, segundo ele, são porretes e barras de ferro. Cada gangue de rua tem entre 20 e 40 integrantes, que agem principalmente onde há danceterias e escolas. Para o advogado Eduardo Loureiro, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, o fenômeno das gangues e dos bandos é um problema social e "representa a falência da educação".

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