São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Senador recebe relato de Frota sobre contrato

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O brigadeiro Ivan Frota, impedido de prestar depoimento no Senado sobre o caso Sivam pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), enviará hoje ao senador Roberto Requião (PMDB-PR) um documento contendo suas críticas ao contrato entre o governo brasileiro e a empresa Raytheon.
ACM proibiu Frota de falar na sessão de anteontem, alegando que o brigadeiro havia desmoralizado o Senado ao afirmar que o governo aprovaria o Sivam em troca de benesses a senadores.
O brigadeiro voltou a atacar o Legislativo ontem. Ele disse à Folha, no Rio, que foi vítima de uma violência. "Eu não ataquei o Senado como um todo. Mesmo que o tivesse feito, foi o Senado que me convocou e não poderiam chegar de repente e dizer que não queriam mais me ouvir", disse Frota.
Ele disse que Requião pediu um documento detalhado sobre o que seria dito na sessão interrompida por ACM. "Tenho de entregar isso amanhã (hoje). Eles estão a toque de caixa, querem decidir rápido", afirmou Frota.
O deputado Ivan Valente (PT-SP) entrou com um requerimento junto à Comissão Representativa do Congresso para que convoque o brigadeiro. O presidente da comissão, composta por 6 senadores e 16 deputados, é o senador Teotônio Filho (PSDB-AL).
O requerimento à comissão, que dirige o Congresso no recesso, foi feito anteontem, um dia após a sessão suspensa por ACM.
"A supercomissão abafou o debate. A proibição só ocorreu porque o depoimento não interessava ao governo e particularmente ao senador ACM, que era contra o Sivam e foi mudando de postura após resolver o problema do banco Econômico", disse o deputado.

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