São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Ouvir conversa alheia em celulares vira mania no interior de São Paulo

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

A prática de rastrear chamadas por telefones celulares e ouvir as conversas virou "mania" em Bauru (345 km a noroeste de São Paulo), segundo a Telesp (Telecomunicações de São Paulo).
"Temos conhecimento do problema, mas não temos condições técnicas de evitar essa prática. A recomendação aos usuários é evitar conversas sigilosas ou pessoais no celular", declarou o gerente de distrito interino da Telesp em Bauru, Walter Rosevelte, 48.
Rosevelte afirmou que a Telesp tem recebido nos últimos dias "inúmeros telefonemas" de usuários, que tomaram conhecimento do que chama de "bisbilhotagem dos celulares". Em Bauru, há 6.400 celulares em operação.
O delegado responsável pelo setor de investigações da Polícia Civil de Bauru, José Jorge Cardia, disse também saber do problema.
"Essa prática virou mania. Todo mundo sabe, mas ninguém denunciou à polícia até agora. Corre de boca em boca e todos sabem o código a ser usado para conseguir acesso a conversas", afirmou.
Para conseguir rastrear chamadas, a pessoa precisa ter um celular e, segundo Cardia, acionar "um código numérico" e isolar o fio-terra do aparelho existente na base do equipamento.
O comerciante Fernando Corrêa de Moraes disse que "um amigo" descobriu o código que permite ouvir as conversas em celulares.
"Desde então, deixei de conversar assuntos pessoais e negócios sigilosos pelo telefone. Uso o celular apenas para estar em contato com meus clientes."

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