São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Góticos dominam estádio à espera do Cure

CÉLIA ALMUDENA; MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A última noite do Hollywood Rock foi a que misturou os fãs mais diferentes: os góticos que foram assistir ao The Cure, os metaleiros balançaram as cabeças com o White Zombie e aqueles que preferem o rock "alternativo" dos americanos Smashing Pumpkins.
A maioria do público era de góticos, que apesar do calor e do sol do final da tarde de domingo, lotaram a pista do estádio do Pacaembu com suas roupas pretas e cabelos arrepiados.
Ilcy Von Rolph Garcia Neta, 15, vestida com uma enorme e pesada capa preta abriu uma exceção para ver o The Cure e saiu de casa ainda na luz do dia. Chegou ao Pacaembu por volta das 17h.
"Cheguei cedo para encontrar meus amigos góticos e pegar um bom lugar. Odeio sol, odeio claridade. Taí, agora abriu o tempo. É ridículo", disse enquanto procurava seus óculos escuros.
Rikk, 22, também chegou cedo ao estádio para "garantir um bom espaço". As outras bandas não lhe interessavam. "Não gosto de som guitar, curto gótico. Minha ideologia não tem a ver com isso, meu estilo de vida é curtir a noite."
E não é cansativo esperar até o último show? "Não tem problema, para ver o The Cure espero até a hora que for, não vou abaixar a bola."
A carioca Verena Isaack, 19, veio do Rio de Janeiro com amigos para ver a banda inglesa. "Só o show do Rio não é suficiente. Tenho de ver os dois."
As outras bandas ela não queria ver. "Quando o Supergrass for tocar até vou um pouco mais para frente para dar uma olhada", conta. Os amigos góticos em coro responderam: "Vai, mas sozinha".
Tetis Falcon, 14, veio de Fortaleza e caprichou no visual para ver a banda inglesa. "Amo o Cure e quero ouvir 'Boys Don't Cry"'. Tetis estava inteira de preto e usava sombra vermelha nos olhos e óculos de lentes vermelhas.
Os fãs de heavy-metal também tiraram o modelão do armário para assistir ao show do White Zombie. Natalie Kunz, 15, veio do Ceará para assistir ao show dos metaleiros do White Zombie. Sua produção incluia batom azul, mini-blusa e pantalona preta. "Lá em Fortaleza é normal as pessoas saírem assim", garante.
(Célia Almudena e Mariana Scalzo)

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