São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Empresas disputam mercado de US$ 8 bi

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

As empresas de telecomunicação da Argentina desencadearam uma disputa pelo setor que movimenta US$ 8 bilhões ao ano.
Hoje, a CNT (Comissão Nacional de Telecomunicações) deve questionar um dos pontos-chave da manutenção do monopólio das telefônicas -o valor das tarifas.
As telefônicas argumentam que, para desregulamentar o setor, o governo terá que aumentar o preço das chamadas urbanas e diminuir o valor das internacionais.
Também hoje vence o prazo dos grupos interessados em apresentar suas propostas para a licitação de um novo serviço de telefonia móvel no interior do país.
Em março, o governo deverá escolher a melhor proposta e abrir um flanco para que todas as outras empresas de telecomunicações aumentem suas pressões para a desregulamentação total do setor.
O estopim da disputa estalou no início do mês, quando Jorge Gregório Pérez Companc se encontrou com o presidente Carlos Menem.
Presidente da holding Pérez Companc, o empresário pediu a Menem permissão para que as duas telefônicas possam usar suas vias de fibras óticas.
O interesse é claro. Companc é dono de uma fatia de 14% da Telefônica da Argentina e sua holding detém 15% das ações da Telecom.
"O sistema de telefonia na Argentina era um desastre. Desde que foi privatizado, já investimos US$ 7,5 bilhões em sua modernização", disse à Folha Oscar Vicente, vice-presidente da holding.
"É uma bobagem não usar nossas redes de fibras óticas para outros fins. Trata-se de otimização da utilização dos recursos", afirmou.
A concorrência mantém sua posição. Em fevereiro, a Câmara Federal de Justiça deverá julgar se as telefônicas têm razão.
"Se as telefônicas querem alugar suas redes, devem desistir do monopólio de transmissão de voz", afirma Hugo Daniel Marías, diretor da Impsat, empresa especializada em transmissão de dados.
"Ou abrem o mercado para todos ou cada empresa fica com o que a lei definiu", completa.

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