São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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NOITE ILUSTRADA

ERIKA PALOMINO

E há uma nova geração de clubbers. É o que se pode notar pelo público da noite do DJ Renato Lopes, na Nation (na praça Roosevelt), às quintas. Ou mesmo pela pista do Clube Alien, anteontem, na festa do DJ Julião. Confira. Eles são jovens e montaderrerrérrimos -a grife Escola de Divinos grita.
E o banheirón da Nation é podre -desde já um forte concorrente na categoria de pior banheiro na votação de Noite Ilustrada deste ano, em dezembro.

E tem hype às avessas na noite. É gente dormindo pelos cantos, nos clubes, como há muito não se via. E muita gente pedindo grana sob motivos diversos -inteirar o dinheiro, comprar uma cerveja, vol tar de táxi, pegar um ônibus.

EM vários lugares da noite na cidade -como a Nation, o The Cube e o Ritz- já têm as máquinas automáticas de camisinha. Todo lugar deveria ter uma. E os bancos novos do Ritz, vermelhissíssimos, são um amor.

E a nova noite do promoter Pil Marques fora do Hell's -segunda na Oitava DP- teve clima de clubinho. Só para amigos mesmo, com Paula e o próprio Pil (sem camisa) tocando na cabine tipo galinheiro do subsolo. A próxima, agora, só em novembro.

E diz que encheu a rave do sítio, sexta passada. Só o som, que pifou de novo, né?

E outro dos aniversariantes da semana então é o DJ Julião. Ele movimentou -até demais- o clube Alien, anteontem. E a porta parecia estádio de futebol, com empurra-empurra e tudo. E o clima era o de Lei Seca como nos velhos tempos do Krawitz (quem se lembra daquela festa?). E o lugar estava entupido, meio do além, como nunca esteve. E a partir desta semana, Julião passa a dividir as noites de sexta com o DJ Zozó na Lôca (r. Frei Caneca, 616), onde estréia nova fase, mais house. Aos sábados, volta com a dobradinha com Marky Mark -agora na Toco.

COMEÇA aqui a série Enquanto Nan Goldin Não Vem. Todo mundo da noite tem obrigação de saber de quem se trata, a mãe do underground americano, fotógrafa importanterrerrérrima que trouxe à tona todo tipo de outsiders, sem sensacionalismo e com sensibilidade. Goldin está na "Bazaar" e na "Interview" (americanas) deste mês. Aquende.

NAN abriu ontem sua retrospectiva no Whitney Museum de Nova York, enquanto não chega para sua exposição em São Paulo, no espaço Alumni, no final do mês. (É sempre bom lembrar a peruca do Alumni ao trazer a artista ao Brasil neste momento.)

E pronto. E prepare-se, porque diz que Nan Goldin vai fotografar o público em si, propriamente dito, de sua mostra aqui em SP. Se jogue.

E mais Nan Goldin. Não é que quem é Íntimo de Oliveira dela é o artista plástico Jeová Rodrigues, o Rodrigues do Satã! Quem se lembra dele de lá? E ele acaba de trocar uma foto dela por uma obra dele. E ele acaba de abrir mostra no espaço hype Boys and Girls, em Nova York, onde mora e não é nada obrigado. Viu?

VOCÊ não sabe, mas eu vou te contar. É a nova gíria da afetação clubber.

PHYTOERVAS: atenção estilistas e "hopes" em geral. Já tem data mar cada a próxima edição do evento. Será dia 18, 19 e 20 de fevereiro. Ligue para 421-3699 e peça informações sobre as inscrições, que vão até 18 de novembro. Precisa currículo; texto sobre o conceito da coleção, dez croquis, pesquisa de tecidos e cartela de cores, decupagem técnica de um dos looks e uma peça da coleção, executada. Desta vez, um workshop gratuito com os professores da Esmod vão ajudar na execução na elaboração do projeto. Parece legal.

E amanhã tem uma festa gay no casarão da Paulista, do povo do trailer do Alemão, no autorama do Ibirapuera. Chama Blasfêmia Básica, com Pareto, Edu Gantous e Herbert Tonn no som. Pronto.

A fotógrafa Elzinha Barroso coordena, a partir do dia 8, novo espaço para curtas-metragens, no Panino Giusto. Pra começar, filmes de Ricardo Nauemberg, José Roberto Torero e Chico Teixera.

E o novo hype da temporada de moda é o batom Treatment, da MAC. Faça a amiga de sacoleira.

MAIS zum-zum-zum no mundinho fashion. O top beauty-artist Henrique Mello deixa os domínios de Claudia Raia e volta para a agência First, onde fica -pelo menos- até o final do ano.

ENQUANTO isso, o agente Sun Dourados, da Trucco i Cappeli, inova na linha de acessórios. Traz pendurado no pescoço um colar com as fotos de todos os seus top agenciados. Tipo Carlinhos Ferraz, Kaká Moraes e Osvaldinho. E ainda abala no esmalte vinho!

E quem está de volta a SP é o estilista Caio Gobbi. Que se joga por aqui até fevereiro, em seus novos domínios na Mad Max. E abala: seu primeiro modelón não foi Gucci nem Dolce & Gabbana. Mas um terninho quadriculado com a plaqueta de metal com sua própria assinatura em si. Meigo!

DIA 18 de outubro Luciano (aquele do saudoso bazar Blondie) volta a se mexer. Faz festa no espaço do HS, com o DJ Alfred abalando -como sempre- no som.

E no dia 24 deste mês acontece a reabertura da Overnight, na Mooca, com novíssimos equipamentos de som e luz (importada da Itália, uma fineza), pelas mãos dos promoters Cesar Semensato e Daniel Almeida. O som terá tipo o dobro da potência anterior e vai ter também um videowall móvel (tudo!).

E o DJ Sneak é a nova estrela das pistas internacionais. Assinatura obrigatória no case de qualquer DJ de house que se preze, não é mesmo? Ele trabalha em Chicago, é ocupadissíssimo e se mantém fiel às origens. Tem só 25 anos e toca às sextas na Shelter, numa noite chamada Material. Solicite a seu DJ favorito. O meu toca amanhã no Rio, em mais uma festa VAL.

Outros comentários de Erika Palomino, ligue 0900-78-0311.

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