São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Presidências do Legislativo viram 'campo minado'

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As disputas pelas presidências da Câmara e do Senado viraram um dos maiores obstáculos de uma tramitação rápida da emenda da reeleição no Congresso.
Marcadas para a primeira quinzena de fevereiro do ano que vem, as eleições para as presidências das duas Casas do Congresso movimentam sete candidatos na Câmara e seis no Senado.
Além disso, os dois presidentes atuais -Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) na Câmara e José Sarney (PMDB-AP) no Senado- também terão de ser acomodados quando desocuparem seus cargos.
Os candidatos estão caçando votos e apoio do Palácio do Planalto. O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tenta ficar isento.
Nos bastidores, entretanto, FHC emite sinais a favor dos seus preferidos. É isso que torna a disputa um "campo minado" que pode causar estragos na reeleição.
Alguma declaração desastrada do presidente ou de um de seus ministros poderia fazer explodir uma reação em cadeia contra o projeto da reeleição.
A emenda da reeleição começa a tramitar na semana que vem. Ao mesmo tempo estará esquentando a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado.
Qualquer apoio mais explícito de FHC a um dos candidatos pode melindrar os oponentes, que fariam corpo mole na hora de pedir apoio para a reeleição em plenário.
Sem favoritos
Num passeio pelos corredores do Congresso é possível ouvir que qualquer um dos candidatos é o favorito. Na realidade, no momento, ninguém é favorito. Há alguns que são considerados os prediletos do Palácio do Planalto. Mas isso não os credencia a vencer a disputa.
Na Câmara, FHC teria preferência por dois candidatos: Michel Temer e Luiz Carlos Santos, ambos do PMDB paulista. Santos contaria com um apoio extra, por ocupar hoje o cargo de ministro da Coordenação de Assuntos Políticos.
No Senado, as preferências de FHC são ambíguas. Para consumo externo, o Planalto ficaria feliz se Antônio Carlos Magalhães (PFl-BA) fosse eleito.
Só que o presidente teme pelo comportamento de ACM. Dado a reações intempestivas, o senador baiano poderia colocar em risco assuntos de interesse do governo.
Por causa desse seu temor em relação a ACM, o presidente Fernando Henrique estaria alimentando, muito reservadamente, a candidatura de outro pefelista: Elcio Alvares, do Espírito Santo, que hoje já ocupa o posto de líder do governo no Senado.

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