São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996 |
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Maluf admite rever posição sobre reeleição
PATRICIA ZORZAN
Diante da liberação dada pelo presidente para que seus ministros apóiem o candidato pepebista e da visita do ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) ao prefeito, o PPB já deu sinais de que pode rever sua posição quanto ao tema. Em convenção realizada em março, o partido decidiu que não discutiria sobre reeleição em 1996. "Pessoalmente, só tratarei desse assunto depois de 16 de novembro. Só tenho uma prioridade: que São Paulo tenha um bom prefeito, elegendo Pitta", declarou Maluf. "Entretanto, o presidente do nosso partido, senador Esperidião Amin, pode falar por mim, por todos os nossos senadores e deputados", completou o prefeito. Amin disse anteontem que o PPB poderá reexaminar a questão, se o presidente quiser dar "urgência à matéria". Na sexta-feira, quando a operação foi deflagrada, o senador declarou à Folha que nem "cogitava" rediscutir o assunto. O prefeito não quis comentar a nota presidencial em que FHC afirma torcer pela vitória dos aliados do governo. "Mas o fato é que Luiz Carlos Santos esteve na minha casa, no mínimo tendo o consentimento de Fernando Henrique." Na avaliação de Maluf, seria muito difícil o presidente tentar apoiar o PT em São Paulo quando o PPB e PSDB, segundo ele, estão coligados em outras cidades. "Então aqui o que que é? Inimizade pessoal? Isso não existe. O presidente é meu amigo." Erundina Maluf não perdeu oportunidade de criticar a candidata Luiza Erundina (PT), adversária de seu afilhado político no segundo turno. "A vitória vai ser tranquila. Quando eu fui eleito em 92 contra o PT, e era um candidato que até tinha mais condições administrativas que a dona Erundina (Eduardo Suplicy), nós ganhamos por mais de 800 mil votos no primeiro turno. O Pitta já sai com 1,3 milhão (de vantagem)." Apoio O PPB divulgou ontem ter recebido o apoio de mais de 35 vereadores recém-eleitos. De acordo com o prefeito, isso dá "governabilidade" a Pitta. "A base dele hoje é de 35, 36 vereadores, o que inclusive desqualifica uma administração do PT, que disse tantas vezes na campanha que foram maus prefeitos porque não tinham apoio na Câmara." Quanto à posição do governador Mário Covas, que até agora não admite a hipótese de apoiar Pitta, Maluf insinuou que isso seria o resultado da derrota do candidato tucano José Serra na eleição. Durante carreata na zona norte da cidade, Pitta declarou que interpretava o apoio de Luiz Carlos Santos à sua candidatura como um apoio do "governo". Perguntado se isso facilitaria as negociações sobre a reeleição, ele disse que a decisão cabia aos dirigentes do partido. Texto Anterior: Fitas serão degravadas Próximo Texto: Promotora pede cassação de Pitta Índice |
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