São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Chile defende compras

RUI NOGUEIRA
DO ENVIADO ESPECIAL A BARILOCHE

"O Chile é comprador e compra de quem estiver vendendo."
Com esta frase, o ministro chileno da Defesa, Edmundo Perez Yoma, reagiu ontem à suposta possibilidade, em estudo pelo governo norte-americano, de não vender armas sofisticadas ao Chile enquanto o general Augusto Pinochet for o chefe do Exército.
Oficialmente, Pinochet deixa o cargo em 98. A imprensa chilena tem levantado a hipótese de ele sair antes, por motivo de saúde.
A reação do ministro Perez Yoma aconteceu em uma entrevista especialmente convocada pela delegação chilena presente à 2ª Conferência dos Ministros da Defesa das Américas.
Yoma disse que o plano de reequipamento do Chile não tem "compras secretas", e, por isso, os países vizinhos não têm o que temer. "Nos equipamos para dissuadir", disse ele.
Perguntado sobre quem as Forças Armadas queriam dissuadir, se o país não tinha inimigos, o ministro chileno disse: "Dissuadir aqueles de quem precisemos nos defender".
Compras clássicas
Para o ministro, as compras de armas do seu país não estão aumentando o poder militar das Forças Armadas. "São compras clássicas", afirmou.
Ele disse que os EUA jamais expressaram reserva no relacionamento bilateral pelo fato de Pinochet estar à frente do Exército.
Segundo Yoma, a França é hoje um dos maiores fornecedores do seu país. Uma missão francesa visitou recentemente o país para negociar o fornecimento de novos aviões Mirage, entre outros equipamentos.
(RN)

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