São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Tropas podem ficar em Angola

RUI NOGUEIRA
DO ENVIADO ESPECIAL A BARILOCHE

As tropas brasileiras que estão em Angola podem permanecer na ex-colônia portuguesa mesmo depois de terminada a missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas).
O ministro Benedito Leonel (Estado-Maior das Forças Armadas) disse à Folha que "os compromissos assumidos pelo Brasil e a questão cultural no relacionamento entre os dois países" é que vão decidir a situação dos brasileiros.
Os militares brasileiros integram, desde outubro de 95, a Unaven 3 (3ª Missão de Verificação da ONU em Angola). São 1.100 homens, a maioria do Exército. Dois soldados morreram por malária.
A ONU pressiona o governo angolano do MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) e a facção rival, a Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola) a se entenderem para que o acordo de paz assinado em novembro de 94 entre em vigor, como previsto, em março de 97.
A ONU tem dívidas de US$ 3,5 bilhões e teme o prolongamento das missões, entre outros motivos, devido ao custo. O Brasil também pressiona a MPLA e a Unita.
Este ano, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse ao presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, em Lisboa, que as tropas deveriam voltar após o fim da missão. Agora, essa postura está sendo revista. A pressão diplomática permanece, mas as tropas devem ficar em Angola se, até março, não houver perspectiva de paz.
(RN)

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