São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Governadores pedem para renegociar suas dívidas

DO ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA

Sete governadores de Estados considerados pequenos se reuniram ontem em Vitória (ES) e redigiram carta em que pedem ao governo federal o refinanciamento das dívidas públicas por 30 anos e a redução do pagamento dos juros para 6% ao ano.
Em reunião que durou três horas, os governadores de Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina reclamaram da suposta discriminação do governo federal com os Estados de menor poder político.
Os presentes reivindicaram tratamento igual ao que vem sendo dado pelo Palácio do Planalto no caso das renegociações das dívidas de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
A carta será enviada agora às bancadas federais e demais governadores que não estiveram em Vitória. A idéia é fazer com que o documento sirva também de ponto de partida para as discussões sobre a situação dos Estados em reunião ampliada de governadores, marcada para o dia 14 em São Paulo.
O anfitrião de ontem, governador Vitor Buaiz (PT), que está com os salários de seus funcionários atrasados três meses, disse que o cenário será "drástico se não se resolver as dívidas dos Estados".
Não está na carta, mas, segundo a Folha apurou, o governador de Alagoas, Divaldo Suruagy, defendeu que seja apresentado no Congresso um projeto de resolução que inclua as principais reivindicações dos governadores.
Seria uma forma de usar o poder de fogo das bancadas federais para pressionar o governo a ceder nos principais itens da chamada "Carta do Espírito Santo".
Suruagy não quis falar sobre o assunto, mas a Folha apurou que, na avaliação dele, as reivindicações dos Estados, para o alongamento de suas dívidas, emperram nos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
A carta redigida ontem não cita em nenhum momento o nome de FHC, mas fala da "insensibilidade demonstrada nos últimos meses" em sucessivas rodadas de negociações com o governo federal.
Por sugestão de Miguel Arraes (PSB), de Pernambuco, foi retirada a expressão mais contundente, que falava da "profunda indignação" em relação à insensibilidade do governo federal.

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