São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Justiça solta filho de dono do Agroceres

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A 5ª turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu ontem habeas-corpus ao engenheiro agrônomo Frederico Zanetti de Araújo, 34. Ele é acusado de matar o pai, o empresário Ney Bittencourt de Araújo, um dos donos do grupo Agroceres.
O habeas-corpus deu a Frederico o direito de responder ao processo de homicídio em liberdade. A votação da 2ª turma terminou empatada, por isso, prevaleceu o entendimento mais favorável ao réu.
"A instrução do processo terminou. Meu cliente não representa risco à segurança pública e não se furtará à aplicação da lei penal, portanto, não há motivos para a manutenção da prisão", disse o advogado Márcio Thomaz Bastos.
O empresário morreu em 17 de janeiro de 1996 em seu apartamento nos Jardins (zona oeste de São Paulo). Naquele dia, o engenheiro disse que achara o pai baleado.
Durante as investigações da polícia, um laudo do IC (Instituto de Criminalística) constatou a existência, no dia da morte do empresário, de resíduos de metais e de componentes da pólvora nas duas mãos do acusado, o que provaria que ele usou uma arma.
Acidente
Com base no laudo, Frederico teve a prisão preventiva decretada pela justiça paulista. Ele afirmou que a morte do pai havia sido um acidente. Segundo ele, ao chegar ao apartamento, viu o pai preparando o suicídio e, ao tentar impedi-lo, a arma disparou.
"O STJ não discutiu se meu cliente é inocente ou culpado, mas se ele tinha ou não o direito de responder ao processo em liberdade", disse o advogado.
Votaram a favor do réu os ministros Edson Vidigal e Flaquer Scartezzini e contra, os ministros José Arnaldo e José Dantas. A 5ª turma do STJ está, temporariamente, com quatro ministros.
O engenheiro foi detido pela polícia paulista no dia 7 de março. Ele foi pego em Pato Branco (PR) e, desde então, está na cadeia do 81º DP, que é reservada para acusados que têm curso superior.
Frederico permanecia preso até as 18h de ontem. Ele deveria ser solto ainda ontem.
(MG)

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