São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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FGV registra maior deflação desde 1944

DA SUCURSAL DO RIO

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) registrou em setembro a menor taxa desde que começou a medir o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) no Rio de Janeiro, em 1944. O IPC-RJ foi de menos 0,37% (deflação), principalmente em razão dos preços dos alimentos.
O resultado é a taxa mais baixa já medida pela FGV em sua história. A fundação só começou a medir preços ao consumidor em São Paulo (que, junto com os do Rio, forma o IPC, que compõe o IGP-DI e o IGP-M) há oito anos.
A taxa de inflação mais baixa no Rio antes de setembro tinha sido em março de 1986, com deflação de 0,33%. A diferença é que, naquela época, o país vivia sob a vigência de congelamento de preços do Plano Cruzado, o que distorce o comportamento da inflação.
Já em agosto, houve deflação do IPC-RJ (0,04%). A principal razão havia sido, segundo técnicos da FGV, a ausência de pressões fortes de preços em qualquer setor. A FGV já esperava, no mês passado, que o índice ficaria muito próximo de zero.
Saúde
Além da queda de preços no setor de alimentação (deflação de 1,94%), em setembro o IPC-RJ também detectou redução de preços nos segmentos de assistência à saúde e higiene (-0,39%) e artigos de residência (-0,33%).
O segmento de habitação foi o que teve maior variação no mês, mostrando aumento de 1,11%. Os aluguéis foram responsáveis pelo maior impacto, com 1,53% de variação de preços.
O produto que teve maior variação positiva de preços foi o maracujá, que aumentou 41,64%. Esse resultado teve peso de 0,01% no índice total do IPC-RJ.
Os resultados dos demais segmentos pesquisados foram: vestuário (0,11%); serviços pessoais (0,15%); e serviços públicos (0,04%).
Praticamente todos os índices de inflação estão apresentando taxas muito baixas ou deflação (inflação negativa). O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, por exemplo, fechou setembro em apenas 0,07%, a menor taxa desde 1958.
O IGP e o IGP-M têm características diferentes porque incluem, num mesmo índice, preços ao consumidor, preços no atacado e custo da construção, embora com pesos diferentes.
Os preços no atacado registraram deflação em vários períodos após o lançamento do Plano Real, mas, agora, os índices detectam queda também dos preços no varejo (consumidor final).

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