São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996 |
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Local e quatro palcos são as novidades
MARCELO RUBENS PAIVA
Na sua 11ª edição, o festival (de 10 a 12 de outubro) mudou-se para o Galpão Fábrica, no Bom Retiro, onde, prometem os organizadores, ficará por mais 5 anos. "A mudança combina com o jazz, que passa por um momento de renovação. Os grandes mestres já morreram, e os novos talentos não têm platéias tão grandes", justifica Monique Gardemberg, coordenadora do Free Jazz. O festival implodiu-se em quatro diferentes salas para quatro diferentes vertentes do jazz. "O Free Jazz não se deixa aprisionar por nenhuma tendência, nem tem preconceitos. Abrimos espaço para todas as manifestações", completa Gardemberg. O palco do Main Stage, que comporta o maior público (1.600 pessoas sentadas e 3.000 em pé), vai receber as principais atrações "crossover", um pé mais no pop que no jazz, como Herbie Hancock. O espaço contará com serviço de bar do restaurante The Cube. Ao lado, a sala Free Jazz Club, para 250 pessoas, lembra uma viela de Nova Orleans. É a sala do jazz mais tradicional (Ellis Marsalis Trio, Clark Terry) -ambiente esfumaçado, garçons passando e o músico a passos do público. O serviço é administrado pelo Bourbon Street Club. "É para lembrar o clima intimista, mais acústico, dos velhos clubes de jazz de Nova Iorque", diz Gardemberg. Num outro prédio, funciona o New Direction, um palco cercado por uma arquibancada para 400 pessoas que, como o nome bem diz, é o espaço das novas tendências (Christian McBride, James Carter). Atrás, a sala "Groove", uma pista livre para 2.000 pessoas (o público dançante), que receberá George Clinton, um dos músicos mais "sampleados" da nova geração, considerado o pai do acid jazz. O público receberá uma pulseira para cada show. E todos têm direito a frequentar o Free Village, espaço de exposições entre as salas, com esculturas, video-wall, fotos, stands das gravadoras, com torres com headphones e um bar também administrado pelo Bourbon. Segundo Juarez de Queiroz Campos, diretor de marketing da Souza Cruz, detentora da marca de cigarros Free, o evento custará entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. "Do ponto de vista de eventos promocionais, o custo não se mede pela quantidade de produtos vendidos, mas pela formação da marca Free", explica Campos. Segundo ele, a mudança de espaço deve-se à intenção de associar a imagem do cigarro a um público moderno, "que não recebe receitas prontas". "A publicidade de cigarro não é fazer quem não fuma, fumar, mas para desenvolver a lealdade do consumidor com a marca. A briga forte no mercado é quando o cara adota a primeira marca", completa Campos. Texto Anterior: Nova forma equilibra melhor jazz e pop Próximo Texto: MPB tem amostra histórica Índice |
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