São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CPMF começa a ser cobrada em janeiro

Senado aprova regulamentação da contribuição

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem a lei que regulamenta a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que vai incidir sobre todas as operações bancárias, com uma alíquota de 0,2%.
A contribuição começa a ser recolhida no dia 22 de janeiro, se a sanção do presidente Fernando Henrique Cardoso for publicada, como previsto, no "Diário Oficial" da União de amanhã.
Toda contribuição só pode ser cobrada 90 dias após a publicação de sua regulamentação no "Diário Oficial". A CPMF vai durar 13 meses e terá toda sua arrecadação, estimada em R$ 400 milhões mensais, destinada ao Fundo Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.
Não houve qualquer alteração no projeto que a Câmara aprovou. O único voto contrário ontem foi do senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), presidente da Confederação Nacional da Indústria.
A votação foi simbólica (não há registro eletrônico do voto, o parlamentar contrário tem de se manifestar). A bancada do PT no Senado foi favorável ao projeto, de maneira contrária ao que decidiram os deputados do partido.
A lei flexibiliza o sigilo bancário porque permite que funcionários da Receita tenham acesso a informações de contas de pessoas e empresas para verificar o pagamento da contribuição. O fiscal não poderá, porém, fazer uso daquela informação para qualquer outro fim, o que seria considerado crime.
Isenções
Ficam isentos da cobrança os depósitos em caderneta de poupança por prazo superior a 90 dias, as aposentadorias de até dez salários mínimos (R$ 1.120) e os salários de até três mínimos (R$ 336).
Acima desses valores, a parcela do salário ou aposentadoria dentro dessas faixas também ficará isenta. Estão isentos também o seguro-desemprego e as transferências realizadas pela União, Estados e municípios.
A lei estabelece que o dinheiro arrecadado não poderá ser destinado a instituições com fins lucrativos, os hospitais particulares não-filantrópicos. Essa determinação, porém, é inócua.
O dinheiro, segundo o ministro Adib Jatene (Saúde), será utilizado para colocar em prática um aumento de 25% nos preços que o governo paga para o tratamento de pacientes na rede conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Texto Anterior: FHC avalia programas
Próximo Texto: Veja como é a regulamentação da CPMF
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.