São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
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FHC reúne equipe para tentar mostrar que não há paralisia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso reúne ministros hoje para tentar conter insatisfação pela falta de verbas.
FHC quer também demonstrar que o governo não estaria paralisado por causa da negociação da emenda que pode permitir a reeleição para a Presidência da República, que está em discussão no Congresso Nacional.
Para compensar a escassez de recursos, Fernando Henrique pedirá aos ministros mais criatividade e eficiência na administração das verbas públicas.
Interligação
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) lançará um sistema de computação que interligará o Palácio do Planalto a todos os ministérios com informações atualizadas sobre 42 projetos eleitos como prioritários.
Com quatro meses de atraso, Kandir definiu com os colegas a indicação de 35 técnicos que serão responsáveis pelo gerenciamento dos projetos.
Esse sistema será coordenado pela secretário de Planejamento e Avaliação, José Paulo Silveira -ex-funcionário da Petrobrás, especialista em gerir programas de qualidade em empresas e órgãos públicos.
Inoperância
A Folha apurou que FHC está descontente com as reclamações de ministros relacionados ao bloqueio de verbas pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Os ministros não deixam de ter motivos para se queixar.
Nos primeiros nove meses do ano, o Tesouro liberou pouco mais de R$ 700 milhões para projetos de investimentos.
O presidente vai dizer aos ministros que a carência de verbas não significa necessariamente inoperância da máquina administrativa e má qualidade dos serviços públicos.
A insatisfação pela falta de verbas atinge desde os ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica até Adib Jatene, responsável pela pasta da Saúde, e Paulo Renato Souza, ministro da Educação e tucano com acesso livre a Fernando Henrique Cardoso.
Promessa
Os 42 projetos integram o programa "Brasil em Ação", divulgado em junho por FHC e com a promessa de investimentos públicos e privados de R$ 54,3 bilhões em 97 e 98.
Telecomunicações (R$ 16,1 bilhões), reforma agrária (R$ 5,3 bilhões), geração de empregos (R$ 4,7 bilhões), combate à mortalidade infantil (R$ 1,9 bilhão) e saneamento (R$ 1,7 bilhão) estão entre os principais projetos do programa.
Diferenciação
O Planalto avalia que é preciso diferenciar para os investidores externos a situação social brasileira dos problemas enfrentados atualmente pela Argentina, que possui altas taxas de desemprego, motivo de protestos populares. A reunião, marcada para as 11h30, cumpre também esse objetivo.

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