São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996 |
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Ministério Público apura morte de bebês
ANDRÉ MUGGIATI
O promotor Marcos Regenold Fernandes disse que todos os responsáveis pelas condições que levaram a um surto de infecção hospitalar na maternidade deverão ser denunciados por homicídio culposo (não-intencional). Para o promotor, a empresa Lucel, responsável pela limpeza do hospital, é uma das responsáveis. A Secretaria Estadual da Saúde admitiu, anteontem, que as mortes de pelo menos 14 bebês foram causadas por infecção hospitalar. Para Fernandes são responsáveis, além da Lucel, "desde funcionários do hospital até representantes do governo." Ele solicitou ao hospital os prontuários médicos dos bebês mortos. Também solicitou ao governo estadual a documentação das licitações públicas para a escolha da empresa de limpeza e para a compra de água sanitária, feitas pela Secretaria da Saúde. A água sanitária usada na limpeza não possuía registro no Ministério da Saúde, obrigatório para materiais de uso hospitalar. O proprietário da Lucel, Manoel Ribas Galvão, nega responsabilidade pelas mortes. "Insetos e falta de limpeza de equipamentos não são responsabilidade da Lucel." Problemas conhecidos O juizado da Infância e Juventude de Roraima já tinha conhecimento, desde julho, das más condições de higiene do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré. Naquele mês, a ex-diretora do hospital Odete Domingues enviou ofício para o juizado alertando para as más condições e para o risco de ocorrência de infecções. O juizado, por sua vez, enviou ofício para a Secretaria de Saúde para que fossem tomadas providências. Texto Anterior: Crônica de um déficit anunciado Próximo Texto: Gerente da Sabesp é morto em assalto Índice |
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