São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996 |
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Vendas têm bom fôlego
MINTON GAMEZ
Os juros baixaram em relação ao ano passado, os salários reais cresceram e o aumento do desemprego industrial foi compensado pelos setores informal e de serviços, avalia Joaquim Elói Cirne de Toledo, vice-presidente da Nossa Caixa Nosso Banco. "A economia cresce a olhos vistos. Em algum momento no ano que vem, terá de ser esfriada. Provavelmente no primeiro semestre", diz Toledo. Com medo do arrocho no crédito -filme muitas vezes visto nos últimos anos-, os comerciantes fingem-se de mortos e prevêem um Natal moderado, por conta do medo da inadimplência. "O comércio se diz cauteloso na formação de estoques de final de ano, mas sabe muito bem que este ano o Natal será muito melhor", diz o economista Flávio Nolasco. Pancada Em setembro, o faturamento real do comércio paulista cresceu 6,3% em relação a agosto, descontando-se fatores sazonais. Com isso, aumentou o medo de uma pancada no consumo. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, foi direto ao assunto numa reunião com representantes do comércio e das financeiras, na semana passada: "É preciso ter cautela com a concessão de crédito neste final de ano. A queda nas taxas de juros, a disposição dos consumidores para as compras e preços favoráveis são fatores que sustentam a preocupação com a eventualidade de crédito excessivo para vendas de Natal", argumentou o secretário, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Fazenda na Internet. O governo quer conter um pressão maior sobre as importações de objetos de consumo e sobre a inflação -que este ano deve fechar em torno de 11% a 12%, após atingir os mais baixos patamares mensais dos últimos 35 anos. (MG) Texto Anterior: Ação da Petrobrás é incógnita Próximo Texto: Demora do ajuste fiscal explica a instabilidade Índice |
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