São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Mulheres votam em candidato democrata

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

É improvável que nos dez dias que restam de campanha Bob Dole consiga reverter a tendência de a maioria das mulheres votar em Bill Clinton.
Afinal, há tradição e bons motivos políticos a justificarem a preferência. Nas cinco mais recentes eleições presidenciais, o voto feminino foi dado aos candidatos do Partido Democrata (de Clinton), visto como mais "social" do que o Republicano (de Dole).
Clinton é a favor do direito de aborto, promete dar prioridade à educação e à proteção do ambiente, mostra mais empenho do que Dole em defender os programas de assistência médica e aposentadoria do governo. São temas importantes para a maioria das mulheres, mais do que para homens.
Dole até que tentou mudar o panorama: abriu seu partido para os defensores do direito de aborto (embora ele seja contrário) e escolheu uma jovem deputada (Susan Molinari) para fazer o principal discurso da convenção republicana, usou uma governadora (Christine Todd Whitman, de Nova Jersey, Costa Leste do país) como seu modelo de governante.
Além disso, deu espaço a sua mulher, a charmosa Elizabeth, para brilhar à vontade na campanha (e ela brilhou). Inútil.
Sufrágio feminino Talvez as mulheres estejam cometendo uma injustiça pessoal e histórica. Elas só votam porque o Partido Republicano viabilizou o sucesso da campanha pelo sufrágio feminino, em 1920.
Depois, Dole pode ser contra o aborto, mas nos seus 35 anos de Congresso nunca deixou de votar a favor de qualquer medida que favorecesse os direitos da mulher. Seus mais importantes assessores, ao contrário da praxe de Washington, têm sido sempre mulheres.
E, apesar da fama de Hillary, Elizabeth Dole é a verdadeira mulher liberada entre as candidatas à primeira-dama. Ela sempre teve emprego independente do marido e prometeu mantê-lo mesmo se Dole se eleger presidente dos EUA no próximo dia 5 de novembro.
(CELS)

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