São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 1996
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Fotógrafo faz expedição na Amazônia

ANA MARIA GUARIGLIA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O fotógrafo Araquém Alcântara, 45, iniciou dia 25 uma expedição de quatro meses pela Amazônia, para coletar imagens inéditas dos seus santuários ecológicos.
As fotos fazem parte de um projeto que o catarinense, precursor da fotografia ambiental no país, está desenvolvendo há dez anos.
Será uma obra bilíngue, com 240 páginas, que pela primeira vez reunirá um estudo fotográfico dos 35 parques nacionais do Brasil.
Na Amazônia, Alcântara completará quase 100 mil quilômetros rodados nessas reservas ecológicas, onde documenta paisagens e habitantes.
Na região, a equipe de Alcântara irá percorrer os parques nacionais de Jaú e da Amazônia (PA/AM).
A aventura fotográfica também inclui o parque nacional de Cabo Orange (AP), da Serra do Divisor (AC), de Pacáas Novos (RO), e de Monte Roraima (RR).
No parque do Pico da Neblina, o fotógrafo vai escalar o pico de mesmo nome, o maior do país, com 3.014 metros.
Cenários desconhecidos
A pé, em canoas, dirigindo jipes ou tomando aviões, Alcântara estará em cenários que fazem parte de um Brasil desconhecido.
"Possuímos a flora mais rica do planeta e somos o primeiro em espécies de vertebrados terrestres, além de termos um infindável número de aves, mamíferos e anfíbios", diz Alcântara.
A força motriz de seu trabalho é alertar a opinião pública, para que desperte diante da importância da preservação do meio ambiente.
"Herança Ambiental"
O livro "Brasil, Herança Ambiental", que será lançado em 5 de junho de 97, no Masp, com uma exposição, é um ensaio do autor.
Terá cerca de 250 imagens dos grandes ecossistemas brasileiros, como o da Amazônia, do Cerrado, na região central, da Caatinga, no sertão nordestino, do Pantanal e da Mata Atlântica.
As fotos serão entremeadas por textos do escritor Carlos Moraes e, na parte final, haverá um capítulo especial, com apresentação gráfica diferenciada, reunindo mapas e informações científicas.
O livro está sendo editado pelo selo DBA/Melhoramentos, com a chancela do WWF (Fundo Mundial para a Natureza).
Sua viabilização tem contado com recursos da iniciativa privada e com apoio operacional do Ibama e de diversas organizações não-governamentais.
Devido ao seu alcance internacional e por ser uma contribuição ao estudo da ecologia brasileira, o editor Alexandre Dórea Ribeiro está se empenhando em publicar a edição no exterior.
O projeto tem o apoio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura, e também prevê a edição de um CD-ROM, produzido pela Editora Próxima Mídia, que edita a revista "Neo Interativa".
Alcântara iniciou o trabalho há 25 anos, ao registrar a Mata Atlântica, na Juréia (sul de São Paulo).
Hoje, o trabalho de Alcântara virou um referencial obrigatório para novos fotógrafos e pesquisadores de ecossistemas.

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