São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Leia os principais trechos do primeiro debate direto entre Pitta e Erundina

DA REDAÇÃO

Encontro promovido pela Folha e TV Cultura reuniu candidatos que passaram para o 2º turno

Matinas Suzuki Jr. (editor-executivo da Folha e apresentador do programa "Roda Viva", da TV Cultura) - Os dois candidatos participaram das duas últimas gestões na Prefeitura de São Paulo. Eu gostaria de saber quais são os principais pontos negativos que cada um deles vê na gestão da qual o seu adversário participou. Pelo sorteio, o primeiro a responder é Celso Pitta:
Celso Pitta - Nossa avaliação é a de que houve na gestão do PT, anteriormente à gestão Paulo Maluf, um equívoco muito grande com relação às prioridades ou às necessidades da cidade de São Paulo. Foram paralisadas obras consideradas fundamentais para a cidade.
Essas obras acarretaram um prejuízo para a cidade que anteriormente já tinha despendido através de pagamento de tributos um valor considerável e essas obras foram interrompidas com visíveis prejuízos. A administração PT também se beneficiou da nova Constituição de 88, que aumentou substancialmente a receita dos municípios. Ocorre que a opção foi de aumentar os gastos com pessoal, os gastos com o custeio da máquina e não investir na cidade para a melhoria da qualidade de vida da cidade.
Me parece ser esses dois pontos os pontos que maior reserva tem com relação à administração anterior. Tivemos que, no início, administrar este legado que, inclusive sob o ponto de vista das finanças, era representado por um déficit do orçamento da ordem de 18%. No ano passado, nós reequilibramos as contas e apresentamos, pela primeira vez, em muitos e muitos anos, um superávit.
Luiza Erundina - Posso dizer que a minha avaliação da atual gestão é de que são dois modelos opostos e contraditórios em relação às suas prioridades e aos seus compromissos. A atual gestão, ela prioriza investimentos em obras viárias, em obras viárias não-prioritárias na minha avaliação, beneficiando a região mais rica da cidade em detrimento da região periférica, da região mais pobre.
É uma administração autoritária, não admite participação, não estimula e, muito pelo contrário, elimina qualquer mecanismo ou instrumento de controle e fiscalização da sociedade em relação à gestão da cidade.

Texto Anterior: PT quer debater valor de obras
Próximo Texto: Leia os principais trechos do primeiro debate direto entre Pitta e Erundina
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.