São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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Maioria quer estabilidade

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A manutenção da estabilidade para todos os servidores públicos, como determina a atual Constituição, tem apoio de 45% dos parlamentares brasileiros, segundo pesquisa realizada pelo Idesp (Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo).
A limitação da estabilidade às "carreiras típicas de Estado" -diplomatas, militares e promotores, como define projeto em discussão no Congresso- tem o apoio de 31% dos entrevistados.
O Idesp, em parceria com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entrevistou 311 congressistas -289 deputados e 22 senadores- entre os dias 8 e 31 de outubro passados.
Em relação à reforma política, a pesquisa indica que existe maioria favorável à restrição de representação na Câmara dos Deputados a partidos que tenham obtido pelo menos 5% da votação nacional.
A implantação do voto distrital misto tem o apoio de 65% (mais 13 pontos do que em 95) e mais de 70% se declaram favoráveis à instituição da fidelidade partidária.
Bolívar Lamounier, diretor do Idesp, destacou que a proposta de tornar as bancadas estaduais na Câmara exatamente proporcionais às respectivas populações tem o apoio de 69% dos parlamentares, mas, ponderou que esse índice, embora elevado, deve ser avaliado com cautela, "dada a conhecida relutância do Congresso em decidir sobre essa matéria".
A adoção do voto facultativo tem o apoio de 56%, também elevado, mas inferior ao mínimo de 60% exigido para uma mudança constitucional. Lamounier salientou que a comparação entre 95 e 96 revela um aumento de convergência entre os pontos de vista do Executivo e do Legislativo.
Com relação ao equilíbrio orçamentário em 1996-97, Lamounier destacou a consciência do Congresso para a "falta de espaço" para o aumento da arrecadação por meio de novos tributos ou da elevação de alíquotas.
A pesquisa avaliou o desempenho do presidente Fernando Henrique Cardoso em relação a 15 pontos específicos. Em termos gerais, houve estabilidade no apoio a FHC. Mas ocorreu algum desgaste.
Em 1995, para cada congressista que avaliava o desempenho de FHC como "ruim" ou "péssimo" havia 2,7 que o viam como "ótimo" ou "bom". Em 96, essa relação ficou em 2 por 1.

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