São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996 |
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FHC estuda trocar Jatene por ministro 'figurante'
VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
O presidente Fernando Henrique Cardoso estuda indicar um de seus atuais ministros para acumular interinamente a pasta da Saúde. O interino responderia pela Saúde, mas o ministério seria tocado de fato por um secretário-executivo da confiança de FHC. Essa saída é a opção no caso de o presidente não encontrar um nome aceito sem problemas pelos partidos que o apóiam. Até a noite de ontem, FHC não havia encontrado um nome do seu agrado para substituir Adib Jatene -que saiu do governo anteontem e, durante homenagem de funcionários do ministério, ontem, chorou pelo menos três vezes. Interino figurante Uma fórmula parecida com essa em estudo pelo Planalto para a Saúde já está sendo usada no Ministério dos Transportes. Em agosto, com a saída de Odacir Klein, a pasta ficou com Alcides Saldanha. Mas FHC indicou uma pessoa de sua confiança, José Luiz Portella Pereira, para o posto de secretário-executivo. Um dos nomes cotados para a Secretaria Executiva da Saúde -no caso de ser indicado um ministro interino- seria o próprio Portella. O presidente reluta em fazer essa mudança porque a pasta dos Transportes ficaria com um buraco a ser preenchido. Outra possibilidade é convidar o economista Andrea Calabi para ser ministro. Sondado há alguns dias, Calabi não mostrou interesse. Ex-secretário-executivo do Planejamento, ele assumiria a Saúde como interino, mas com chance de ser efetivado se fizer um bom trabalho até março, quando FHC pretende reformar o Ministério. No caso de Calabi, seria dispensado o secretário-executivo com o perfil de Portella. É que o próprio Calabi teria essas qualidades. O atual interino, José Carlos Seixas, não deve ficar muito tempo no posto. Pelo menos, esse é o desejo do presidente. Secretário-executivo de Jatene, Seixas deve manter a equipe e os métodos do ex-ministro. E isso FHC não quer. Ontem, Seixas disse que, se for convidado para ficar no cargo, aceitará. "Só um bobo não aceitaria. E eu não sou bobo." FHC disse a parlamentares que não quer outro médico no ministério, para tentar quebrar o suposto corporativismo do setor. Texto Anterior: Grande novidade Próximo Texto: Candidatos fazem lobby Índice |
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