São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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BNDES busca como financiar exportador

FERNANDO GODINHO
VIVALDO DE SOUSA

FERNANDO GODINHO; VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além de reformular programa interno, governo quer linhas externas para comprador de produtos brasileiros

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) quer US$ 1 bilhão para financiar importadores de produtos brasileiros, mas ainda não sabe como conseguir esse dinheiro.
Essas operações serão feitas por meio de bancos que operam no exterior e terão uma correção inferior às taxas de juros do mercado brasileiro, onde o governo espera captar os recursos.
Ou seja: há um descasamento entre os custos de captação e as taxas que serão cobradas dos importadores. O BNDES e os ministérios da Fazenda e do Planejamento ainda não conseguiram equacionar esse problema, apurou a Folha.
O financiamento às exportações é uma alternativa ao Programa de Apoio às Exportações de Produtos Manufaturados, que também possui US$ 1 bilhão e já teve seu fracasso reconhecido pelo ministro Antonio Kandir (Planejamento) e pelo presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Reformulação geral
Além de financiar os importadores, o governo vai reformular o programa já existente e anunciar novas medidas de incentivo às exportações até janeiro de 97.
Pelo atual programa, o BNDES pode cobrar juros de 2,5% mais TJLP pelos empréstimos, e os bancos estão autorizados a cobrar outros 3% como taxa de risco.
Segundo o diretor da Finame (Agência Especial de Financiamentos do BNDES), Darlan Dórea, o instituição poderá assumir todo o risco da operação, fazendo com que os bancos funcionem só como agências de repasse.
"O custo por esse serviço terá de ser bem inferior aos 3% cobrados atualmente", disse.
O BNDES deverá ainda reduzir seus juros (de 2,5% para 2%) e aumentar sua participação no valor do financiamento (hoje de 85%).
A equipe econômica chegou a estudar a retirada total dos bancos comerciais dessas operações, mas concluiu que isso tornaria o repasse dos recursos inviável.
Fora do BNDES, a equipe econômica discute uma forma de reduzir a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). O assunto chegou a ser discutido na última segunda-feira pela Câmara de Política Econômica.
Mas a redução deverá ser criticada pelas centrais sindicais que participam do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), pois uma redução nessa taxa significa, automaticamente, uma perda de rendimento.

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