São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Pagamento de eurobônus puxa comercial

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

A volatilidade voltou a reinar nos mercados de dólar à vista e futuro.
No primeiro caso, pelos rumores de saídas financeiras por conta de pagamento de bônus de grandes bancos.
No segundo, a aproximação do final de ano e o insistente nervosismo com os números da balança comercial alimentam a demanda por contratos futuros de dólar na BM&F (Bolsa de Mercadorias & de Futuros).
As mesas de câmbio iniciaram as operações com rumores de que três grandes bancos tinham remessas de mais de US$ 150 milhões para pagamento de eurobônus que estavam vencendo ontem.
O dólar comercial chegou a bater os R$ 1,0320 na ponta vendedora, cedendo no final dos negócios para R$ 1,0301 (alta de 0,05%).
Apesar da pressão altista do dólar comercial, o Banco Central (BC) não atuou, ficando apenas como observador da volatilidade do mercado ontem.
Mas a puxada de ontem, aliada à correção acumulada no mês de 0,30% na minibanda, animou os exportadores a entrar no mercado para fechar câmbio.
Operadores calculavam que o fluxo de dólar ficaria positivo em US$ 77 milhões, dos quais cerca de US$ 65 milhões referentes a fechamento de exportações.
O mercado futuro continua espelhando as incertezas quanto ao resultado da balança. Começa a crescer muito a demanda de empresas querendo fazer "hedge" (proteção) cambial.
Grandes empresas (geralmente multinacionais) não querem fechar o ano vulneráveis a eventuais mudanças no câmbio, dizem analistas.
Por isso, a procura por contratos futuros de dólar têm crescido na BM&F.
Há quem diga que o BC acalmaria os ânimos do mercado se ofertasse mais papéis com correção cambial, a exemplo do que fez na segunda-feira.
A liquidez de ontem no mercado de dinheiro deve ser repetida hoje, quando devem ingressar no sistema cerca de R$ 720 milhões, referentes à liquidação financeira do leilão semanal de BBCs (Bônus do Banco Central).
O Índice da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recuou ontem 0,91%, em 65.233 pontos.
Telebrás PN recuou 1,48%, fechando a R$ 76,55 o lote de mil.

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