São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Saiba como é produzido um CD infantil

BRUCE HARING
DO "USA TODAY"

Dezembro de 1994. Ron Gilbert começou a ter uma idéia: um menino com cabeça de abóbora. Seria o tipo de personagem pelo qual sua empresa de software, a Humongous Entertainment, ficou conhecida -simpático e atraente para as crianças, como Putt-Putt e Freddi Fish.
O personagem, conhecido como Pumpkin Head Boy (menino com cabeça de abóbora), seria o astro de um CD-ROM destinado a ajudar crianças pequenas a superar seus medos.
No mês passado, depois de quase dois anos sendo revista e reescrita, a idéia se concretizou oficialmente num produto: "Pajama Sam in No Need to Hide When It's Dark Outside" ("Sam Pijama que Não Precisa se Esconder Quando Está Escuro Lá Fora", em tradução livre).
É a história de um garotinho, um minúsculo super-herói, vestindo pijama e enfrentando seus medos depois que a luz se apaga.
Nesses últimos dois anos, porém, não foi apenas Sam Pijama que mudou. O próprio mundo multimídia está diferente.
No final de 1994, segundo a firma de pesquisas PC Data, havia apenas 1.966 títulos em CD-ROM no mercado. No final deste ano, serão cerca de 7.000 nas prateleiras.
Ann Stephens, da PC Data, diz que os CD-ROMs que formam o 1% mais vendido são responsáveis por 35% do faturamento, e que os que constituem os 10% mais vendidos recebem 79% do dinheiro das vendas.
O campo de software para crianças é especialmente concorrido. Os pais geralmente optam por títulos e marcas conhecidos.
Pajama Sam é uma aposta incerta. Essa incerteza é a única coisa que não mudou desde o início.
Dezembro de 1994
A idéia que Ron Gilbert tinha ainda não estava definida. "Comecei a brincar com nomes e acabei pensando em Pumpkin Head Boy", diz ele.
A Humongous, na época com três anos de idade, era uma companhia independente com sede em Woodinville, Washington, e dependia do fluxo de caixa vindo da venda de seus softwares.
O processo informal de discussão do personagem com funcionários e amigos se estendeu por vários meses.
Março de 1995
Era preciso tomar uma decisão. Havia um problema de marca com Pumpkin Head, que é um dos personagens dos livros de L. Frank Baum sobre o Mágico de Oz.
Outra preocupação da empresa era que abóboras significam Halloween (Dia das Bruxas), e ela não queria que o software estivesse ligado apenas a esse feriado. O nome foi mudado e começou o processo de desenhar Pajama Sam.
O desenho foi aprovado por um comitê informal, e a empresa decidiu ir adiante com o projeto.
Dezembro de 1995
Começou o processo de pré-produção. Entraram em cena a artista principal, Rhonda Conley, e o programador chefe, Rich Moe. Conley trabalhou com a equipe para finalizar as artes. Moe colocou "storyboards" no computador e começou a construir o jogo.
Foi traçado um orçamento provisório: entre US$ 550 mil e US$ 600 mil, muito superior ao orçamento do primeiro CD-ROM criado pela Humongous em 1992, "Putt-Putt Joins the Parade", que custou US$ 125 mil.
"A cada ano que passa, a produção de um CD-ROM custa uns US$ 100 mil a mais", diz Gilbert.

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