São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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'Sempre fui independente e de esquerda'

DA ENVIADA ESPECIAL A NATAL

A experiência adquirida nos quatro anos em que administrou Natal -entre 88 e 92- foi a principal estratégia que Vilma de Faria, do PSB, usou para atrair eleitores.
O jingle de sua campanha diz que "o povo está cansado de arriscar" e que sua vitória significará "mudanças com confiança". Em entrevista à Folha, cercada pelos quatro filhos e oito netos, justificou a coligação com o PFL e disse continuar "independente e de esquerda".
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Folha - O que a sra. espera da militância na véspera da eleição?
Vilma de Faria - Que tenham calma e não aceitem provocação da adversária, porque ela tem sido muito agressiva. Ela é irresponsável e leva a militância dela para agredir a minha.
Folha - O que a sra. acha dos ataques feitos à vida privada da candidata do PT?
Vilma - Nossa campanha na TV nunca falou sobre a vida pessoal dela. Acho que a vida pessoal de um candidato tem de ser dentro da moral e da ética, mas não exploramos isso. Só que não posso controlar as atitudes de todos os meus simpatizantes.
Folha - Sua adversária diz que representa mudança, e a sra., continuísmo.
Vilma - Na verdade, a oposição sou eu. Meu partido faz oposição ao governo federal, ao estadual e, principalmente, à atual prefeitura. Já a outra candidata tem vínculo muito forte com o prefeito Aldo Tinoco (PSDB).
Folha - Mas não foi a sra. que o apoiou nas eleições passadas?
Vilma - Apoiei, mas rompi logo no início do governo. E ele foi buscar no governo de Luiza Erundina, do PT, os auxiliares de que precisava. Foi a pior administração de Natal nos últimos 50 anos. Nos bastidores, Tinoco apoiou Fátima. Nos discursos, Fátima o ataca, mas, na verdade, estão juntos.
Folha - O que a sra. acha de ter recebido apoio da família Maia?
Vilma - Não existe mais a oligarquia Maia. Coliguei-me ao PFL, e o único Maia do PFL é o senador José Agripino. O único outro Maia da política daqui é o ex-governador Lavoisier Maia, que foi meu marido e que está no PDT.
Sempre fui uma líder política independente. Não abro mão das minhas convicções.

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