São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996 |
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Mutirão versus Cingapura
DA REDAÇÃO O prefeito Paulo Maluf e a ex-prefeita Luiza Erundina gastaram com habitação o mesmo percentual do Orçamento do Município (3%), mas com programas de moradia muito diferentes.Erundina deu preferência aos mutirões, a maioria construídos na periferia, em terrenos desapropriados pela prefeitura, enquanto Maluf optou pela verticalização das favelas localizadas nas proximidades de grandes avenidas. A autoconstrução de moradias é mais barata, mas bem mais lenta: em média, demora 18 meses. Levantar um prédio do Cingapura demora muito menos (6 meses), mas o custo por metro quadrado é bem mais elevado: R$ 369,07 contra R$ 203,00 12.228,00 de um sobrado construído em mutirão. A propriedade do imóvel é problemática nas duas opções. O morador do Cingapura é, na grande maioria dos casos, um permissionário -ou seja, ele paga para usar o apartamento. Os moradores de mutirões, por sua vez, só conseguem a propriedade do imóvel se o terreno for desapropriado pela prefeitura. As ações de desapropriação em geral são contestadas na Justiça e se arrastam por anos. Se tudo isso der certo, o mutirante pagará prestações por 15 ou 20 anos. Erundina construiu 28.464 habitações em sua gestão, enquanto Maluf deve entregar 19.986 unidades até dezembro. É pouco para resolver a carência de habitações em São Paulo, onde cerca de 1,93 milhão de pessoas vivem em favelas. Texto Anterior: Social, e não cultura, faz escultor votar no PSB Próximo Texto: Mais ônibus ou novas avenidas Índice |
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