São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996 |
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Justiça suspende venda de dados estratégicos da Vale Informações seriam vendidas a partir da próxima semana MÁRCIO DE MORAIS
As informações estratégicas seriam vendidas aos interessados na privatização da estatal pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a partir da próxima semana. Para ter acesso ao serviço de informações, chamado de "data room", os interessados na compra da Vale pagariam R$ 150 mil e teriam de comprovar ter capital disponível de R$ 500 milhões. O grupo que pagasse pelo serviço poderia manter quatro técnicos consultando o material por duas semanas. A própria Vale, segundo a Folha apurou, considerou estratégicos -e, portanto, confidenciais- dados como contratos com outras empresas. A estatal deve começar a ser privatizada em 97, com a venda dos primeiros 45% de suas ações, ou "lote estratégico". Ao final da tarde, Vilanova concedeu liminar suspendendo o acesso dos usuários do "data room" às informações consideradas confidenciais. Quatro grupos empresariais já estariam na fila de espera para ter acesso aos documentos, a partir de segunda-feira, segundo informações do mercado. A ação que resultou na liminar foi impetrada pelo deputado Luiz Gushiken (PT-SP), com base em carta do presidente da Vale, Francisco José Schettino, ao presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros (leia texto abaixo). Na carta, Schettino diz que o acesso às informações poderia causar prejuízo à empresa e aos acionistas. Ele afirma que nem mesmo o compromisso de não divulgar os dados garantiria que o sigilo das informações. "Concedo a liminar para suspender o fornecimento ou a divulgação de informações referentes à Vale, no que diz respeito ao material confidencial de uso exclusivo das autoridades envolvidas", diz o despacho de Vilanova. O juiz deu um prazo de 20 dias para que a União conteste as acusações formuladas pela ação cautelar do deputado. A Vale terá dez dias de prazo para fazer o mesmo. "Cite-se também o presidente do BNDES para cumprir esta decisão e também contestar no prazo de 10 dias", diz o despacho. Texto Anterior: Bomba é desarmada na Assembléia de SE Próximo Texto: Carta provocou restrições Índice |
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