| São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996 |
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Soares nega favorecimento
RAQUEL ULHÔA
Soares negou qualquer manobra para evitar a divulgação do documento com o objetivo de favorecer a candidatura de Celso Pitta. "Não posso impedir que as pessoas façam ilações. Mas isso é um absurdo. Eu trouxe a pasta para Rondônia sem saber que tinha qualquer papel do Ministério da Fazenda", disse. O 1º secretário afirmou ter lido o documento apenas ontem, por volta das 17h, quando telefonou de Porto Velho para sua chefe de gabinete, Analice Pinheiro, e ficou sabendo de toda a confusão armada. "Não havia originais. Havia xerox de três requerimentos de informações pedidas por dois senadores diferentes -Eduardo Suplicy (PT-SP) e Gilberto Miranda (PMDB-AM)- sobre o mesmo assunto", disse. Por volta das 18h, Soares recebeu recado de que o presidente Fernando Henrique Cardoso estava procurando-o e telefonou ao Palácio do Planalto. FHC queria saber o que tinha ocorrido e perguntou se Soares não poderia enviar ainda ontem o documento -mesmo sendo cópia. Soares respondeu que não poderia atender ao pedido, porque o procedimento correto seria despachar o original. "Se o pessoal do ministério fosse mais cuidadoso, poderia, ao menos, ter autenticado o papel", disse. A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, disse que os responsáveis pelo atraso na apresentação dos documentos são o próprio Banco Central e Soares. Erundina disse que não se surpreende com a atitude de Soares, "um dos membros da tropa de choque de Collor (ex-presidente Fernando Collor)". Soares, segundo ela, "sumiu com o documento do BC". Erundina disse que o Banco Central teve três meses para esclarecer o caso e deixou para apresentar o documento no último dia do segundo turno. Colaborou ANA MARIA MANDIM, da Reportagem Local Texto Anterior: Suplicy não consegue obter o documento Próximo Texto: Divisão interna do PT reduz chances de Erundina comandar SP pela 2ª vez Índice |
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