São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996 |
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MACUMÂINA
DA "EDITORA NOVA FRONTEIRA" "S. Paulo, 23, 42Cecília Ah que faz uns cinco dias, menos, foi quinta-feira estive com um rapaz que me procurou, diz-que me aprecia, etc. e tal, era questão de fundar um teatro universitário... Imagina, Cecília, que a horas tantas ele me saiu com esta, na maior honestidade: Uma vez eu li do sr. um livro, que se chamava 'Macumâina' que serve pra teatro...etc. Sabe que fiquei com vergonha tamanha que não corrigi o tal e tive até, sim, me foi impossível pronunciar o nome do meu livro durante todo o resto da conversa longa? Mudava de assunto, cheguei covardemente a dizer que 'o livro', 'o assunto', 'o tema', 'o personagem', 'o caso' não servia...Cheguei ao ponto de ódio, este seu amigo incapaz de odiar. E tenho que telefonar ao rapaz e não tenho vontade." Mário de Andrade 'Março, 15, 43 Mário: ...Rosa de cá, rosa de lá -você tem a 'Rosa', eu me beneficio da xará- lembrei-me de lhe mandar 'Três Motivos da Rosa', que devem sair no meu próximo livro. Justamente, eu queria dedicar a você um poeminha: lembrança da contemporaneidade lírica. E as rosas vêm a propósito, embora seja um caso bem único o de uma mulher oferecer uma rosa a um homem. Acho que é o único, mas minha instrução no assunto tem lacunas consideráveis. Entretanto, é rosa e não rosa: pois que é apenas poema da rosa." Cecília Meireles Trechos do livro "Cecília e Mário", da editora Nova Fronteira. Texto Anterior: Cecília Meireles resgata paixão e poesia em Mário de Andrade Próximo Texto: Tubarão vira bacalhau em Noronha Índice |
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