São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 1996 |
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Bird vai estimular assentamento
LUCIA MARTINS
Essa é opinião de Hans Binswanger, especialista em América Latina do Banco Mundial (Bird) e responsável por um novo programa de assentamento de sem-terra patrocinado pelo banco no Brasil. "O banco decidiu investir na Colômbia e no Brasil porque concluiu que há poucos sucessos nos programas desses governos e muita agitação política no campo, incluindo muita violência", disse Binswanger ontem à Folha. O banco está agindo em conjunto com cinco Estados. O primeiro programa piloto está em andamento no Ceará há duas semanas. Diferentemente do Incra, o projeto não expropria terras. Ele pretende comprar trechos de terras (com o dinheiro do banco) e ceder aos candidatos a pequenos produtores, a quem cerão concedidos prazos para pagar. O banco espera gastar de US$ 20 mil a US$ 30 mil com cada família. Ainda não há previsão de quantas pessoas deverão ser beneficiadas com o projeto. "Achamos que o processo usado pelo governo de desapropriação de terras é muito conflituoso e demorado. Queremos agilizar o processo", afirmou. Segundo ele, o objetivo do banco é tentar descentralizar as ações de distribuição de terra. "Está provado que programas muito centralizados não dão certo." Outros preocupações do banco em relação ao Brasil, segundo o especialista do banco, são o mau uso do sistema de irrigação e os problemas no ensino básico. Ontem, o ministro da Agricultura brasileiro, Arlindo Porto, se reuniu pela manhã com o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. Segundo o ministro, Diouf fará uma visita ao Brasil em fevereiro próximo. "Conversamos e ele achou que seria uma boa idéia visitar o país para conhecer os nossos projetos", disse Porto. O ministro também acertou ontem um acordo de intercâmbio com o governo do Canadá. A idéia é trocar mercadorias (Brasil importará mais trigo e Canadá mais frutas) e tecnologias. "Esse acordo faz parte de um projeto nosso de tentar aumentar cada vez mais a troca de informações e mercadorias com outros países", disse. Para melhorar o comércio internacional, o ministro afirmou que o governo está pensando em rever a política tarifária. (LM) Texto Anterior: Um cara legal; Pensem nos vizinhos; Turismo; Problema de língua Próximo Texto: Zaire aponta 'repúdio mundial' Índice |
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