São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996 |
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Após reconhecer derrota, Erundina diz que FHC é 'refém do malufismo' EMANUEL NERI EMANUEL NERI; ANA MARIA MANDIM
Ao reconhecer a derrota às 17h30 de ontem, meia hora depois de encerrada a votação, Luiza Erundina (PT) disse que Fernando Henrique Cardoso "virou refém do malufismo, das forças reacionárias e da direita atrasada de São Paulo". Erundina referia-se à dificuldade criada pelo governo federal para liberar a conclusão da investigação feita pelo Banco Central em operações financeiras com letras da Prefeitura de São Paulo. As operações foram feitas por Celso Pitta. Segundo Erundina, o "comportamento do governo federal contribuiu para a vitória do malufismo". A denúncia sobre supostas irregularidades na operação financeira foi feita ainda no primeiro turno da sucessão paulistana. Na época, o senador Eduardo Suplicy solicitou investigação do BC. Só na antevéspera da eleição, o governo entregou o resultado da investigação ao senador Odacir Soares (PFL-RO), que viajou para seu Estado com o documento. Folha policial Durante sua entrevista, que durou mais de uma hora, Erundina fez duras críticas ao seu adversário, Celso Pitta (PPB). Disse que ele "entra na vida pública de forma muito mal, já com folha corrida e policial bastante comprometida". Segundo a petista, Pitta está envolvido não só em operações financeiras supostamente irregulares, como também com superfaturamento de obras da prefeitura e com a isenção de ISS para empresas de outdoors, que resultou em prejuízo para os cofres públicos. Erundina convocou os partidos que a apoiaram a fazer uma "vigilância permanente" ao novo prefeito. Disse que não se sente derrotada. "Sou como as mães da praça de Maio (da Argentina), para quem a única batalha que se perde é aquela que se abandona." Afirmou que "esperava mais" do PSDB no segundo turno. Mas também criticou seu partido, que "teve dificuldade de ser mais generoso em cidades onde o PSDB disputava com forças de direita". Erundina evitou criticar um apoio mais efetivo do governador Mário Covas à sua candidatura. Mas o coordenador de sua campanha, Jilmar Tatto, disse ter sido "vergonhoso" e "decepcionante" o comportamento de Covas. Texto Anterior: Urnas falham menos que no 1º turno Próximo Texto: Petista articula oposição Índice |
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