São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996 |
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Saiba o que é polytheama
ERIKA SALLUM
Em oposição ao teatro lírico, com programação erudita e construção em forma de ferradura, o polytheama destinava-se a atividades diversificadas e era frequentado por várias camadas sociais. Segundo a arquiteta Denise de Alcântara, autora de tese de mestrado sobre espaços teatrais, esse conceito surgiu na Europa no século passado. Um teatro polytheama tanto podia apresentar operetas e atrações mais "elegantes" como espetáculos de circo, dança, mágicos e até números com cavalos. Sua arquitetura era tosca e bastante simples, em geral sem ornamentos. "Sua proposta era essencialmente comercial, buscando apenas o divertimento", disse Denise. Todos, sem exceção, eram propriedades particulares. No início deste século, o Brasil possuía diversos polytheamas, localizados nas principais cidades do país e interior do Estado. Na rua São João, centro de São Paulo, existiu, de 1892 a 1914, um famoso teatro desse tipo. Com a inauguração do Teatro Municipal, em 1911, e com a falta de manutenção, o local foi destruído por um incêndio. O auge desses espaços culturais foram as duas primeiras décadas do século 20. Com o abandono dos incentivos às artes e o advento do cinema e da TV, tornaram-se decadentes e foram fechados. "Além disso, a cultura desenvolvimentista dos anos 50 deixou de lado os prédios antigos." Os que permaneceram abertos por mais algum tempo tiveram sua programação quase que inteiramente dominada por projeções de filmes, até que foram substituídos pelas salas de cinema. (ES) Texto Anterior: Polytheama renasce em dezembro Próximo Texto: Rio recebe "Retrospectiva Lina Bo Bardi" Índice |
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