São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996 |
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O cronograma dos sonhos
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Acabou finalmente o segundo turno das eleições municipais, e o governo federal espera agora se concentrar no seu objetivo principal: conquistar a reeleição.A emenda em tramitação tem futuro incerto. Mas o governo tem uma espécie de cronograma dos sonhos para a sua aprovação. No dia 8 de janeiro, uma quarta-feira, a comissão especial votaria o tema. A emenda então seguiria para o plenário da Câmara. Na terça-feira seguinte, 14 de janeiro, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), iniciaria os debates. No mesmo dia, sonha o governo, a discussão estaria encerrada. No dia seguinte, 15 de janeiro, a emenda seria aprovada por entre 315 e 325 deputados. O segundo turno de votação na Câmara aconteceria, na visão palaciana, quase nos descontos da partida: na última quarta-feira de janeiro, dia 29. Isso tudo seria feito no meio das articulações intermináveis para saber quem vai presidir a Câmara e o Senado nos próximos dois anos. A eleição para esses cargos é na primeira semana de fevereiro. Daí a pressa do governo em querer aprovar a reeleição ainda em janeiro. Some-se aos problemas da presidência das duas Casas do Congresso a eterna ambivalência do PMDB e do PPB a respeito da reeleição. Apesar de tudo isso, a ordem dentro do governo é dizer que o cronograma dos sonhos será cumprido. Isso é dito com a maior cara-de-pau por ministros que até duas semanas atrás afirmavam que a tarefa era impossível. É esperar para ver. Como palpite, fica a frase de alguém que tem experiência farta de poder: "Meu filho, para votar um requerimento de informações às vezes demoramos semanas. Você acha que vai passar uma coisa da magnitude da reeleição assim tão facilmente?". A observação acima é de José Sarney. Uma pessoa que o Planalto contabiliza como favorável à reeleição. Texto Anterior: O anti-Maluf Próximo Texto: Pau-de-arara Índice |
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