| São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996 |
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Eleita promete apoiar reeleição
LUCIO VAZ
Mesmo integrando o partido do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, que trabalha contra a emenda da reeleição, Angela afirma que tanto ela quando o senador Amin jamais se posicionaram contra a reeleição. "Nós não poderíamos desfazer um voto que nós demos quando da revisão constitucional de 94", disse a prefeita eleita. Ela afirmou que Amin só não se manifestou a favor da reeleição antes de 15 de novembro porque isso poderia parecer uma forma de beneficiá-la, já que ela era candidata a prefeita. Angela Amin promete votar a favor da reeleição na Convenção Nacional do PPB, que será realizada em 4 de dezembro. "Eu já votei a favor e não vou descantar o verso", afirmou a prefeita eleita. Ela também deixa claro que espera conseguir favores junto à esfera federal, para recuperar as finanças da prefeitura e, com isso, poder pagar o funcionalismo municipal. "Nós vamos buscar os números reais e fazer a renegociação da dívida da prefeitura junto ao Banco Central e ao Senado Federal, para que possamos buscar os recursos nacionais e internacionais", afirmou a prefeita eleita. Angela Amin venceu a eleição na capital catarinense com 87.856 votos, 51,28% do total. Seu adversário, o petista Afrânio Boppré, obteve 75.320 votos, 43,96%l. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida pela prefeita eleita depois de divulgado o resultado final: * Folha -A sua coligação fez apenas 5 dos 21 vereadores. Como a senhora vai conseguir maioria na Câmara Municipal? Angela Amin - Vamos procurar os outros partidos, na busca desses aliados, tendo claro o compromisso com a cidade. Folha - Como foi a participação, na sua campanha, do senador Esperidião Amin? Angela - Ele foi uma força fundamental. Conhece os problemas da cidade e me ensinou muito durante toda a minha vida pública. Folha - Qual o seu primeiro ato quando a senhora assumir? Angela - Pagar o funcionalismo em dia. Folha - Como pagar se a Prefeitura de Florianópolis está quebrada? Angela - Nós vamos buscar os números reais e fazer a renegociação da dívida da prefeitura junto ao Banco Central e ao Senado Federal, para que possamos buscar os recursos nacionais e internacionais. Folha - A sua vitória contribui para a candidatura do senador Esperidião Amin ao governo do Estado em 98? Angela - Espero continuar sendo a grande cabo eleitoral do Esperidião. Sempre fiz isso. Folha - A senhora fala em conseguir recursos na área federal. Mas o senador Amin tem se posicionado contra o projeto de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Isso não pode atrapalhar os seus planos? Angela - Isso não é verdadeiro. O Esperidião jamais colocou, nem para a imprensa e nem para o presidente, ser contrário ao processo de reeleição. Até porque ele não poderia desfazer um voto que nós demos quando da revisão constitucional de 94. Tanto ele quanto eu votamos a favor da reeleição. O que ele não poderia fazer, em detrimento de uma posição tomada pela convenção do partido, era deliberar diferente para beneficiar a sua mulher, como candidata a prefeita de Florianópolis. Isso ele posicionou com clareza para o presidente da República. A decisão do partido com relação à reeleição será tomada em 4 de dezembro em convenção. Folha - Qual deverá ser o resultado da convenção nacional do PPB? Angela - A convenção dirá. Eu vou dar o meu voto. Eu já votei a favor e não vou descantar o verso. Texto Anterior: Executiva do PT começa a discutir as causas do fracasso no segundo turno Próximo Texto: Mansur reanima malufismo Índice |
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