São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Mansur reanima malufismo

FÁBIO SANCHEZ

FÁBIO SANCHEZ; FAUSTO SIQUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

FAUSTO SIQUEIRA
O projeto do prefeito eleito de Santos, Beto Mansur (PPB), é se tornar o líder político da região metropolitana da Baixada Santista para garantir um forte reduto eleitoral para Paulo Maluf em 1998.
"Nossa vitória aqui é estrategicamente fundamental para o PPB", disse Mansur, que mantém contatos semanais com o presidente do partido, Esperidião Amin. No segundo turno, ele arregimentou os apoios de sete dos oito prefeitos eleitos na região.
O grupo político vinculado a Maluf havia perdido influência política na região de Santos desde que a cidade recuperou a autonomia política e voltou a eleger seus prefeitos pelo voto direto, em 1984.
As propostas de Mansur sinalizam um governo ao estilo malufista, com grandes obras. Ele já disse que implantará em Santos o Cingapura, projeto de verticalização de favelas adotado em São Paulo.
Ele também demonstrou simpatia pela proposta de construir um túnel submerso ligando a sede do município à sua área continental.
A defesa da proposta, de autoria do candidato derrotado Oswaldo Justo (PMDB), ajudou Mansur a conquistar o apoio dos peemedebistas no segundo turno.
PT
A derrota em Santos tira do PT uma das principais vitrines de projetos sociais que o partido pretendia exibir para o eleitorado em 98.
A avaliação dos petistas é de que a vitória de Beto Mansur (PPB) vai gerar o desmanche da estrutura de atendimento social implementada pelo partido, premiada nacional e internacionalmente.
"Nossa luta será a de garantir a vigilância das conquistas sociais", declarou Telma de Souza (PT). O "racha" do partido em Santos -dividido entre os grupos de Telma de Souza e do prefeito David Capistrano Filho- é apontado por integrantes do partido como a principal razão da derrota.
"A divergência interna no partido impediu uma vitória que poderia ter acontecido no primeiro turno", disse Capistrano. A propaganda de Telma ignorou as realizações da gestão Capistrano e procurou evitar a vinculação de sua imagem à do governo municipal.

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