São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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'Fura-Fila' será primeiro projeto

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de lei que cria o "Fura-Fila" já está pronto. Deverá ser um dos primeiros a ser encaminhado por Celso Pitta à Câmara, assim que assumir o mandato em 1º de janeiro de 1997. O prefeito Paulo Maluf analisa a possibilidade de mandar a proposta ainda neste ano.
Mas o Veículo Leve sobre Pneus (VLP) -o nome "Fura-Fila" deverá ser, gradativamente, deixado de lado por Pitta- só vai começar a funcionar, na prática, em 1998.
Durante o ano que vem, a prefeitura terá que convencer os investidores de que o projeto poderá ter um retorno financeiro rápido.
Estima-se que as empresas começarão a ter lucro após cinco ou sete anos e meio de operação.
A prefeitura terá também, em 1997, de abrir concorrência pública para escolher as empresas que vão construir as linhas e fazer as desapropriações necessárias.
Ainda não se sabe quantos imóveis vão ser desapropriados porque a prefeitura ainda não definiu o traçado das linhas.
As empresas que construírem o VLP, segundo o projeto de lei, vão explorar as linhas em regime de concessão por até 30 anos (o tempo exato vai depender da linha. As mais rentáveis terão um tempo menor, 15 anos). Elas vão ficar com a renda da bilheteria e do aluguel dos espaços publicitários dos veículos e das estações.
Rede
Pitta planeja construir uma rede básica do VLP com 170 km de extensão. Seria construído um anel ao redor do centro de São Paulo, passando por bairros como Santana, na zona norte, Pinheiros, na zona oeste, Jabaquara, na zona sul, e Tatuapé, na zona leste.
Seriam feitas também linhas corredores, saindo do centro em direção às quatro zonas da cidade.
As estações de embarque seriam integradas, da mesma forma que ocorre no metrô.
O passageiro que saísse do centro e desembarcasse na Barra Funda, por exemplo, poderia pegar outro "Fura-Fila" em direção à Vila Madalena, com um único bilhete.
O VLP atende, segundo os estudos da Secretaria Municipal dos Transportes, uma faixa de demanda entre 200 mil e 400 mil passageiros por dia. Seu custo de implantação é da ordem de 12 milhões por quilômetro.
Cada veículo (trólebus biarticulado) tem capacidade para transportar 221 passageiros.
(RG)

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